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Rodoviários da Baixada Fluminense aderem à greve nesta quarta-feira.

Ônibus parados na garagem da Transporte São Silvestre, no Rio de Janeiro (RJ), na manhã desta terça-feira (13), durante nova greve de motoristas e cobradores.

Rodoviários sindicalistas de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, prometeram fazer uma paralisação a partir da 0h desta quarta-feira (14). A greve terá adesões em pelo menos outros cinco municípios da Baixada representados pelo sindicato: Mesquita, Nilópolis, Belford Roxo, Japeri e Queimados. Cerca de 3,8 mil ônibus circulam diariamente nestas cidade. As informações são da prefeitura de Nova Iguaçu.

A paralisação terá pelo menos 24 horas de duração. No entanto, poderá ser estendida até quinta-feira (15). A prefeitura de Nova Iguaçu não terá plano de contingência para minimizar os impactos, mas vai reforçar o efetivo de agentes da Secretaria de Transportes para coibir transportes irregular de táxis, kombis e vans.

Em razão da ameaça de paralisação, o Transônibus - Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Nova Iguaçu - entidade que representa as empresas de ônibus daquele município, bem como de São João de Meriti, Nilópolis, Belford Roxo e Mesquita, informou, através de nota, que tomou as providências para garantir o transporte da população, já tendo solicitado apoio à Polícia Militar para evitar piquetes e ações de vandalismo.

A paralisação na Baixada Fluminense acontece após os rodoviários do Rio entrarem em greve por 48 horas desde esta terça-feira (13). A liderança do movimento afirmou, durante entrevista coletiva, que vai manter a paralisação até o fim, à 0h de quinta (15). Os representantes dos grevistas disseram também que empresas de ônibus estão financiando pessoas armadas para ameaçar os adeptos da paralisação, como forma de represália 

Ainda segundo o movimento, quase 100% da categoria aderiu à paralisação. De acordo com Hélio Teodoro, um dos porta-vozes, um motorista foi ameaçado com uma arma de foto na porta da garagem da empresa Campo Grande, na Zona Oeste, na noite de segunda (12), após o anúncio da paralisação. "As empresas têm dinheiro para pagar essas pessoas, mas não para aumentar nosso salário. Soubemos que houve demissões de motoristas por parte dos patrões. A solução é o sindicato e as empresas sentarem com a gente para negociar", disse Hélio.

A Rio Ônibus afirmou que a acusação é "absurda". Segundo a empresa, há apenas policiais militares nas garagens das empresas de ônibus, como determinado pela Prefeitura do Rio, e também fiscais das empresas atuando em alguns pontos da cidade.

A categoria convocou uma nova assembleia para quinta-feira, após o término da greve, para decidir o rumo da paralisação e se vão acatar a decisão da Justiça de recolocar a parte da frota na rua. No entanto, o grupo afirmou que não tem como garantir que essa parcela volte a trabalhar se não houver negociação. "Não há como controlar a revolta da categoria. O movimento é espontâneo", disse Luiz Fernando Mariano, que pediu também compreensão à população já que a greve seria a única forma encontrada para negociar as reivindicações.

TRT quer 70% dos rodoviários em serviço
Mais cedo, a vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, desembargadora Maria das Graças Cabral Viegas Paranhos, concedeu liminar determinando que pelo menos 70% do efetivo total de rodoviários do Rio estejam em serviço sob pena de multa diária de R$ 50 mil, em caso de descumprimento, contra o Sindicato Municipal dos Trabalhadores Empregados em Empresas de Transporte Urbano de Passageiros (Sintraturb). Até as 17h, 158 ônibus haviam sido depredados durante a paralisação, segundo a Rio Ônibus.

Segundo a desembargadora, o transporte rodoviário de passageiros é atividade essencial. A assessoria de imprensa do TRT-RJ explicou que, caso a decisão seja descumprida, o sindicato terá de pagar a multa mesmo sendo contra a greve.

O advogado Aderson Bussinger, um dos representantes dos motoristas de ônibus que estão paralisados desde 0h de terça-feira(13), disse que entrou durante a tarde com um pedido por uma nova audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho. Segundo ele, a força da greve faria o sindicato patronal poder pensar em um acordo.

​ "Acredito em uma conciliação neste caso. É só aceitarem o pedido para uma nova audiência", disse Aderson, que pediu ainda um reposicionamento da decisão da vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região a respeito da obrigação de 70% de ônibus nas ruas. 

De acordo com Sintraturb, o sindicato é o legítimo representante dos rodoviários e, portanto, os dissidentes que fazem a paralisação não representam oficialmente a categoria. O grupo decidiu entrar em greve por rejeitar o acordo de reajuste salarial firmado entre o sindicato e o Rio Ônibus, que representa as empresas de ônibus. De acordo com o TRT, o sindicato poderá alegar que é contra a greve como forma de defesa quando o processo for julgado.

A direção do Sintraturb diz que foi pega de surpresa. De acordo com o vice-presidente Sebastião José, a paralisação é organizada por grupo dissidente de rodoviários e o acordo foi debatido em assembleia e aprovado pela maioria presente.
Fonte: G1

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