Aluna de Letras da USP, Vic Barros é a nova presidente da UNE
Foto: Terceiro / Divulgação/Fábio Bardella
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A pernambucana Virgínia Barros, de 27 anos, foi eleita com 69% dos votos, no último domingo, dirigente máxima da União Nacional dos Estudantes (UNE). Ela é filiada ao PCdoB, partido que integra a base do governo federal e que desde 1991 mantem a hegemonia na presidência da entidade.
Virgínia nasceu em Garanhuns, terra do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Embora diga admirá-lo, tenta se descolar da imagem de seu conterrâneo mais famoso:
— Como presidente, o Lula implantou políticas importantes e, agora, segue como liderança na sociedade civil. Aprendi com o Lula, mas tenho um caminho próprio e ideias a seguir — diz Virgínia, que é formada em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco e acabou de ingressar em Letras na Universidade de São Paulo.
O distanciamento não vai ser fácil. Virgínia, mais conhecida como Vic, é filiada ao PCdoB desde 2008. Pelo menos em seu discurso nas primeiras horas à frente da instituição, ela dá mostras de que pode buscar mais independência para a entidade, muito criticada nos últimos anos por ter se transformado em braço político do governo. Ela classificou a política econômica do governo como “bastante conservadora”, e condenou o corte de R$ 28 bilhões no Orçamento:
— A gente acha nocivo haver recursos oriundos do povo brasileiro, que deveriam ser direcionados para áreas estratégicas, serem destinados ao setor financeiro.
A pernambucana afirma ainda que vai lutar pela autonomia da UNE, mas diz não ver problemas em eventos da instituição serem patrocinados pelo governo. Para tentar garantir a independência, afirma que planeja otimizar recursos próprios, tendo como uma das principais fontes a emissão de carteiras estudantis.
— A UNE tem como concepção ser independente de partidos, reitorias e governo. A expectativa é que a gente consiga reestruturar nossa arrecadação, garantindo transparência.
Sobre o orçamento da UNE — e detalhes a respeito da sede da entidade na Praia do Flamengo, que já recebeu verba de R$ 30 milhões do governo federal —, Vic diz que ainda precisa se familiarizar “com aspectos da tesouraria”.
Fonte: Extra Online
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