BAIXADA FLUMINENSE - O esquema corrupção envolvendo empresas de ônibus do Rio, que, segundo investigação do MPF, pagaram propina milionária ao ex-governador Sérgio Cabral e outras autoridades, deixou os usuários do transporte público intermunicipal ainda mais revoltados com a qualidade do serviço. O EXTRA embarcou em uma viagem de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, até o Centro do Rio e ouviu e constatou muitos problemas.
— Se eu já me sentia revoltada de ter que pagar R$ 8,10 para chegar até o Centro do Rio, depois que descobri que o Cabral e outros políticos chegaram a receber meio bilhão de reais em propinas, fiquei ainda mais furiosa. Esses coletivos só são bonitinhos por fora. Quem precisa usar é que sofre com a sujeira e a falta de manutenção — reclama a animadora de festa Rafaela Queiroz, de 22 anos.
Já no Terminal Américo Fontenelle, no Centro do Rio, o militar Maurício Silva, de 47 anos, esperava havia quase meia hora pelo coletivo que o levaria até o bairro de Vila de Cava, em Nova Iguaçu, e reclamou muito da demora da condução:
— Estamos perdidos nesse Rio de corruptos. Parece que não existe fiscalização e as empresas brincam com a gente. Além da demora, muitas linhas não têm ar-condicionado. Somos desrespeitados o tempo todo pelo poder público e por essas empresas.
A costureira Maria de Lurdes dos Santos, de 61 anos, moradora de Duque de Caxias, diz que tem medo dos ônibus com bancos quebrados:
— Isto é uma armadilha para os idosos. Uma freada e vamos ao chão.
Em relação às reclamações dos usuários de ônibus sobre a demora dos coletivos, o TransÔnibus - Sindicato que representa as empresas de Nova Iguaçu e municípios vizinhos - justifica "que os itinerários e horários são definidos pelo poder concedente e que muitas vezes obras e acidentes provocam engarrafamentos, impactando no tempo de viagem".
Sobre o funcionamento do ar-condicionado, a Fetranspor informou que as empresas associadas mantêm um programa de manutenção permanente, mas problemas pontuais podem acontecer.
Fonte: Extra
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