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Morte de traficante Playboy não freia roubos de carga. Belford Roxo está na rota da quadrilha segundo levantamentos.

Celso Pinheiro Pimenta, o Playboy: de ladrão na Zona Sul a chefe do tráfico na Zona
Norte Foto: Reprodução / reprodução
A morte de Celso Pinheiro Pimenta, o Playboy, ex-chefe do tráfico do Complexo da Pedreira, em Costa Barros, não freou o número de roubos de cargas na área onde age sua quadrilha, a maior do país nesse tipo de crime. Muito pelo contrário.

Um levantamento feito pelo EXTRA com dados da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) revela que, do dia 8 de agosto — quando Playboy foi morto em ação conjunta das polícias Civil e Federal — até 8 de setembro, houve 51 roubos de carga na região onde a quadrilha age, quase dois casos por dia. O número representa um aumento de 70% em relação ao mesmo período do ano passado. Já o mês anterior teve apenas seis registros a mais.

O levantamento levou em consideração registros de ocorrência do crime nas áreas da 39ª DP (Pavuna), da 40ª DP (Honório Gurgel), da 54ª DP (Belford Roxo) e da 59ª DP (Duque de Caxias). Em toda a região, que vai da Zona Norte à Baixada, a especializada detectou a participação não só de integrantes da quadrilha de Playboy, mas também de criminosos do vizinho Complexo do Chapadão, ocupado por uma facção rival, em ataques a caminhões de cargas. A quadrilha que domina o Chapadão era chefiada por Ricardo Chaves de Castro Lima, o Fu, preso pelo Bope quatro dias depois da morte de Playboy.

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Foto: Extra / Fabiano Rocha
Uma análise dos registros revela que a maior parte dos caminhões atacados após a morte de Playboy foram levados para o Chapadão para serem descarregados. No total, 20 motoristas apontaram o complexo como destino. Nove vítimas dizem ter sido levadas à Pedreira e uma, ao Jorge Turco, também ocupado pelo bando de Playboy.

Para o delegado Marcelo Martins, titular da DRFC, a morte de Jean Raynne Andrade, o Jean Piloto, em 13 de agosto, colaborou para a diminuição das ações.

— O Playboy não ia para o asfalto roubar. Já o Jean era identificado por quase todas as vítimas — afirma.



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De sorvete a ração para cachorro
Jean Piloto é um dos maiores ladrões de
carga do estado Foto: Divulgação
Os registros dos roubos revelam que, para as quadrilhas, não importa o produto transportado. Além de cigarros e bebidas, considerados pelos policiais os mais visados, os ladrões roubaram, no último mês, móveis, eletrodomésticos, pneus, botijões de gás, perfumes, ração para cachorro, carne, peixe, frango e até sorvete.

Na manhã do dia 15 de agosto, um motorista de um caminhão de sorvete foi surpreendido quando um homem entrou em seu caminhão, que estava parado em frente a uma padaria da rua Ururaí, em Honório Gurgel, e assumiu a direção, anunciado o roubo. O ladrão dirigiu até a Rua Cônego Boucher Pinto, onde três comparsas ajudaram a descarregar a carga. Segundo o relato da vítima, “os meliantes pareciam estar todos embriagados e, no final, tiraram uma foto do ajudante e do caminhão”.
Fonte: Rafael Soares/Extra

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