Ticker

8/recent/ticker-posts

Cheias de Charme: Moradoras de Belford Roxo e da Baixada criam projeto para valorizar as características das mulheres, sejam elas como forem.



Na frente do espelho, encolhe a barriga, faz vários penteados, empina o bumbum. Tenta ficar mais magra, mais alta, mais torneada. Não sabe se faz isso por ela ou pelos outros. É grande o desespero para encaixar-se. Mas que padrão é esse que tanto persegue?! Quando as próprias características — como sarnas, formas mais arredondadas, cabelos crespos... — viraram um problema?

Incentivar a beleza é a ideia do projeto “Mulheres reais”, feito por um grupo de 11 gordinhas — e bem resolvidas, obrigada!

— Fazemos ensaios fotográficos, nos produzimos e valorizamos nossa forma. Precisamos aumentar a autoestima, nos amar como somos e ponto — destaca a belforroxense e fundadora do projeto, Gabrielen Alexandrino, de 20 anos.
Fotos incentivam e inspiram as leitoras


Com vestidos de bolinha, lenços na cabeça, batom vermelho e muita atitude. Esses foram os elementos do último ensaio protagonizado pelas integrantes do grupo. Inspirado na campanha americana “Nós podemos fazer isso”, o ensaio mostra que mulher não é o sexo frágil.


— Antigamente, as mulheres com mais gordurinhas eram bem vistas. As fotos mostram que podemos fazer tudo, inclusive sermos meigas e delicadas, batalhadoras e fortes — comenta Gabrielen, destacando que já foram feitos ensaios de noivas e biquíni.

Moradora de Belford Roxo, Ana Camila Francisco, de 21 anos, sente-se mais poderosa a cada sessão:

— Eu fiquei anos questionando por que eu era gordinha. Mas desapeguei. As fotos são uma forma de incentivo, de valorização. A gente vê que é linda e que pode tudo.

Aceitar-se não é fácil

Falar “aceite-se” é fácil, mas colocar isso em prática é difícil para boa parte das mulheres. A cozinheira Amanda Regina, de 29 anos, ainda está neste processo de aceitação:


— Você repete que é linda e mais da metade das pessoas diz que esse biotipo é sinônimo de feiura. Mas não posso desistir, vou continuar lutando.


Antes de aceitar-se, muitas tentam entrar nos padrões. A auxiliar administrativa Isabel Steglavs, de 28, passou anos tentando emagrecer. Quando conseguiu, sentiu-se infeliz:

— A sociedade dá a entender que só as magrinhas são felizes. Tentei entrar nisso, vestia roupas bem largas para esconder meu peso, tomei remédio. Fazia dieta e chorava por não poder comer as coisas. Lutava por algo, não por mim, mas pelo que a sociedade colocava na minha cabeça — lembra ela, que tem 1,72m e 95 quilos bem distribuídos: — Há três anos deixei essas neuras para lá e agora me sinto muito mais feliz, realizada. A pessoa tem que ser feliz, sendo magra ou gorda.

Projeto não incentiva a obesidade
Apesar de o time do projeto ser composto por gordinhas, Gabrielen destaca que o objetivo é incentivar o amor próprio e o respeito, não a obesidade:

— Nosso primeiro ensaio foi um protesto contra a “gordofobia”. Não queremos que todas as pessoas sejam gordas, queremos quebrar os padrões. Incentivar o amor próprio, a beleza real, o respeito. Não importa se você é super magra ou gorda, se é muito baixinha ou alta. Queremos elevar a autoestima das mulheres.

Enfim, que a pretensão da vida não seja ser bonita com barriga trincada e cabelo liso, e sim feliz. Feliz acima de tudo, com ou sem quilinhos a mais.

Fonte: Mais Baixada - EXTRA

Postar um comentário

0 Comentários