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Serviço de beleza e estética é o que mais atrai Micro Empreendedores. Estudo do Sebrae-RJ mostra que o setor foi o que mais cresceu nos primeiros cinco meses de 2014 na Baixada Fluminense.



Nair gasta em média R$ 200 no tratamento da pele
Foto: Estefan Radovicz / Agência O Dia
A máxima de Vinícius de Moraes de que beleza é fundamental é cada vez mais verdadeira na Baixada Fluminense. Que o diga o serviço de estética na região que ganha grande impulso. Enquanto para uns, os produtos de beleza aumentam a autoestima, para outros é o bolso que agradece. Levantamento do Sebrae-RJ, a que O DIA teve acesso com exclusividade, mostra que, nos primeiros cinco meses de 2014, o setor foi o que mais cresceu na região: cerca de três vezes mais do que esperado.


O estudo constatou que dos 103 mil novos Micro Empreendedores Individuais (MEI), 10% são do segmento e que, se na projeção para o setor, feita de 2013 para 2014, esperavam-se 166 novos Micro Empreendedores Individuais (MEI) por mês. A média, neste ano, tem sido de 520. Mais ainda: é onde o aumento de empreendedores no segmento foi mais forte em todo o estado.

Rita de Cássia faz reformas constantes em se
 salão 
Foto: Estefan Radovicz / Agência O Dia
Gestora do projeto Sebrae Beleza em Nova Iguaçu, Valderlene de Souza, responsável pelo estudo, credita à melhora de vida das classes populares o fortalecimento do setor, que em 2012, último cálculo, faturou R$ 34,4 bilhões em todo o país.

“A busca incessante pela beleza padrão, o culto ao corpo, a preocupação com a aparência e com a sensação de limpeza são traços muito forte do brasileiro”, explica Valderlene, acrescentando que a “ascensão à Classe C permitiu que, antes excluídas, parcela significativa da população passou a dar vazão aos seus desejos, com gastos médios de R$ 150”.

É assim com a dona de casa Nair Simplício Pereira da Silva, 47 anos, moradora da capital paulista — uma vez por mês, ela vem visitar os filhos, no bairro 25 de Agosto, em Duque de Caxias, onde aproveita para fazer tratamento de pele.

“Realmente não foi sempre que pude gastar com tratamentos de pele e comprar os produtos que gostaria, mas, agora, pelo menos R$ 200 por mês vão para esses cuidados”, conta Nair, enquanto espera para ser atendida pela dermatologista. 

Já a cabeleireira Rita de Cássia Trindade, 49, diz que do ano passado para cá tem feito reformas em seu salão, o Estilo e Design Cabeleireiros, em Comendador Soares, Nova Iguaçu. Segundo ela, que trabalha há 20 anos na área, “é perceptível a olhos nus o aumento de clientes”. “Antes, atendíamos cerca de 30, 40 pessoas pessoas por mês, agora, são 50, 60”, conta. 

Especialista na chamada ‘nova Classe C’, Bruno Maletta, diretor da Consumoteca, afirma que o crescimento de renda no país teve duas etapas. “Na primeira, a demanda é por bens essenciais e coisas urgentes — geladeira, carro, TV; na segunda, vem serviços como turismo, decoração e estética”, explica. A Baixada Fluminense, diz ele, está nesta segunda etapa.

Salão tem 24 filiais no país
O interesse por beleza e estética faz do Brasil o terceiro maior mercado consumidor desse segmento no mundo, segundo a ABIHPEC, associação do setor. Perde apenas para Estados Unidos e Japão. E deve crescer 13,5% no próximo ano. 

Tamanha demanda fez do negócio de Rogério Assis e família um grande sucesso. Criado há 21 anos na Tijuca, o Instituto Beleza Natural tem três filiais na Baixada (Caxias, Nova Iguaçu e São João de Meriti) e outras 22 Brasil afora. “A gente cresceu com essa classe, que representa 54% do consumo do país”, explica Rogério, que planeja abrir até 2018 outras 95 lojas. 

Rogério Assis, dono do Beleza Natural, comemora o sucesso da marca Foto: Divulgação
Para ele, o segredo do negócio, especializado em cabelos crespos, é oferecer sempre melhor serviço do que o cliente espera.

Número de clientes de instituto em Caxias dobrou em cinco anos
Nascida e criada em Duque de Caxias, a dermatologista Vivilane Campelo, 33 anos, sentia falta de um local especializado em estética e beleza na cidade. Por isso, depois de formada, viu na criação do Instituto Pelle, do qual é sócia, a chance de resolver a carência. 

“Antes de abrirmos há cinco anos, era preciso sair da cidade e ir até a Tijuca ou a Zona Sul para fazer tratamentos de pele a laser. Hoje, não mais”, comemora ela, que vê a melhora do poder aquisitivo na região como responsável pelo surgimento de novos estabelecimentos e o registro de outros profissionais. 
Dermatologista Vivilane Campelo sentia falta de local especializadoFoto: Divulgação


Ainda de acordo com a dermatologista, o número de clientes hoje é maior do que quando inaugurou o espaço. “Acompanhamos a ascensão das classes populares e nos consolidamos quando elas passaram a consumir mais estética e beleza”, afirma. A frequência, diz ela, passou de 50 pacientes diários, em média, para 100 — 80%, mulheres. E, para atendê-las, são duas dermatologistas, além dela, e seis técnicas, que atendem nas seis salas e um estúdio.
Fonte: O Dia/NONATO VIEGAS

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