Em 2010, Jonatas da Silva Gonçalves, então com 19 anos, recebeu a notícia de que seus rins tinham parado de funcionar. Atleta, ele teve que parar a sua atividade favorita e começar a fazer diálise. O morador de Belford Roxo se inscreveu no Programa Estadual de Transplantes (PET) e, em menos de um ano, recebeu a tão esperada notícia:
- Acredito em Deus e sabia que a minha vez ia chegar. Só não sabia que ia ser tão rápido. Tinha ido ao hospital fazer um exame e, quando cheguei em casa, a doutora ligou para dizer que tinha um rim para mim -contou Jonatas, hoje com 23 anos.
Criado em 2010, o PET elevou o Rio da lanterna nacional na captação de órgãos para o segundo lugar na tabela. Em 2012, foram 221 doadores, e, ano passado, 225. Em 2013, foram 1.434 cirurgias de transplante no estado. Os recordes foram as de rim (408) e córnea (310).
- Para algumas doenças, o transplante é a única forma de tratamento. Já para a insuficiência renal há a opção da diálise. Mas o mundo inteiro reconhece que o transplante melhora a qualidade de vida e reduz a mortalidade - afirmou Rodrigo Sarlo, coordenador do Programa Estadual de Transplantes.
Nove meses após a cirurgia, Jonatas voltou a correr e quer fazer natação. Mas mudou seus hábitos: agora, bebe de quatro a seis litros de água por dia. O jovem cursa o 39 ano do ensino médio e sonha fazer vestibular para educação física e música.
- Foi difícil, mas tentei me manter calma para não assustá-lo. Só sabemos que o rim veio de um homem de 40 anos, morto num acidente de moto. Somos gratos pela família ter optado pela doação - declarou a mãe de Jonatas, Geise Gonçalves, de 50 anos.
Apesar do aumento no número de transplantes, 50% das famílias de pacientes com morte encefálica não pensam da mesma forma. Dados de 2013 mostram que essas pessoas não autorizaram a doação de órgãos. Segundo o PET, 1.900 pessoas esperam transplantes no estado. Este ano, foram 27 captações até 10 de fevereiro.
Fonte: Mais Baixada - Extra
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