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Índice Firjan de Desenvolvimento: Cidades melhoram pouca coisa Estudo aponta crescimento moderado no desempenho em 10 municípios. Japeri é o pior.

Adelino de Almeida lamenta a carência de infraestrutura em Japeri
Foto: Estefan Radovicz / Agência O Dia
O comerciante Adelino Lopes de Almeida, 62 anos, sente no dia a dia o que o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) constatou em números: Japeri está em último entre todos os 92 municípios do Rio de Janeiro. “Aqui falta tudo. Não tem transporte de qualidade, água, banco. Não tem nada”, diz. O estudo revela, no entanto, que três dos seis municípios que antes apresentavam patamar de desenvolvimento humano ‘regular’ passaram ao ‘moderado’. São eles: Nilópolis, Paracambi e Magé. E dez tiveram crescimento em seus desempenhos comparado a 2010, mas ainda abaixo do esperado. O estudo tem por base dados de 2011 (Confira o ranking no final da matéria).

Paracambi e Magé destacam-se com crescimento de 13% e 8,2%, respectivamente, puxados por Educação e Emprego e Renda. Outra área analisada pelo IFDM é a Saúde. Só Japeri (-1,4%), Nova Iguaçu (-2,3%) e Itaguaí (2,8%) pioraram, segundo o estudo, que dá notas de zero a um. “Nosso objetivo não é apontar o que está certo ou errado na gestão dos prefeitos. Ao contrário. É produzir um mapa com o qual o gestor público possa implementar suas políticas e — mais ainda — munir o cidadão de informações para que possa cobrar de seus representantes”, explica Jonathas Goulart, especialista em Desenvolvimento Econômico da Firjan. 

Surpresa negativa no índice, Itaguaí, que tem a melhor nota dos 13 municípios, caiu 2,8% de um ano para o outro. A cidade é uma das principais beneficiadas com a construção do Arco Metropolitano e piorou justamente em Emprego e Renda. Já as mais ricas cidades da Baixada Fluminense — Duque de Caxias e Nova Iguaçu — também não fizeram bonito. A primeira ficou com o 9º lugar em Educação, e a segunda piorou em Emprego e Renda e Saúde. Todas as três trocaram seus gestores em 2012.

Novos negócios em Magé
Vanessa Dias, 29, abriu um quiosque de presentes no shopping, em Magé, há um ano.
Cidade teve crescimento de 24% no índice de emprego e renda
Foto: Estefan Radovicz / Agência O Dia
Emprego e Renda tiveram um crescimento de 24% em Magé no IFDM, que avalia, entre outros ítens, novos negócios. Vanessa Dias, 29, faz parte desse sucesso. “Nunca quis ser empregada, por isso decidi montar meu quiosque de presentes há um ano no shopping”, diz ela. 

Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, Dimas Andrade, o bom momento da economia e o crescimento da classe média aumentaram a demanda e as oportunidades. “Foi natural”, explica Dimas Andrade, secretário da pasta, também criada há um ano. “Os próximos anos serão ainda melhores, porque hoje há políticas voltadas para o setor”, promete o secretário.

Japeri terá creches e UPA 24 Horas
Com nota 0,5164, 1,4% inferior ao que tirara em 2010, Japeri ocupa a última colocação no IFDM. Por nota, a prefeitura destacou ações implementadas desde 2011, ano base do estudo. Entre elas, a abertura de quatro creches, além de políticas de qualificação e reinserção profissional. Na saúde, o reforço virá da UPA 24 Horas que será aberta ainda neste ano.

Paracambi se destaca
Paracambi, embora esteja em 5º lugar no ranking IFDM da Baixada, tem a melhor Educação da região. A cidade saiu ainda da situação de desenvolvimento humano regular para ocupar a classificação moderada, num avanço de 13%. “Trabalhamos integrados com outras secretarias e damos condições para que o professor se qualifique”, explica a secretária de Educação, Janice Provençano. 

Em alta: Na Escola Hortência Phirro do Valle, em Paracambi, os alunos têm
atividades lúdicas complementar e 60% dos professores, mestrado
Foto: Estefan Radovicz / Agência O Dia
Destaque na cidade, a Escola Municipal Allan Kardec, que tem 67% dos alunos com aprendizado considerado adequado para as séries em que estão, investe na atenção a cada aluno com dificuldade de aprendizagem. Ela é a melhor na cidade, segundo dados do Ideb e da Prova Brasil, avaliações do governo federal. Já na Hortência Phirro do Valle, onde 50% estão com boa aprendizagem, 60% dos professores têm mestrado e os alunos, atividades lúdicas complementar ao programa pedagógico.

Índice Firjan Foto: Arte: O Dia
Pouco avanço na Saúde
Avançaram pouco em Saúde os municípios da Baixada, mostrou o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), que analisou o número de consultas pré-natal, de mortes mal explicadas, de mortes evitáveis de crianças e internação. 

Os melhores desempenhos, entretanto, ocorreram em cidades pequenas: Guapimirim (9,8%), Queimados (7,7%) e Paracambi (7%). Na contramão, Mesquita (-2%), Nova Iguaçu (-1,7%) e Nilópolis (-1,3%) pioraram seus atendimentos na área. 

Índice Firjan Foto: Arte: O Dia
“Embora tenhamos relativizado estatisticamente a população do município e o tamanho das redes, cidades grandes apresentam complexidades maiores”, explica Jonathas Goulart, especialista em Desenvolvimento Econômico da Firjan. Segundo ele, o impacto das políticas públicas em grandes cidades demora um tempo maior para aparecer em qualquer índice. “Isto, porém, não justifica o adiamento das ações”, opina Goulart. 
A Saúde, no entanto, na média da região, tem a melhor nota das três<CW-5> áreas observadas pela federação: 0,6699 — longe da ideal 1 —, contra 0,6470 da Educação e 0,5861 de Emprego e Renda.
Fonte: NONATO VIEGAS/ O Dia

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