Um grupo de traficantes nascidos e criados numa comunidade de Nova Iguaçu tem levado pânico aos moradores de bairros que ficam às margens da Avenida Abílio Augusto Távora, a Estrada de Madureira. Temido pela população, o ‘Bonde dos Cria’ (sic) desfila de fuzil em motocicletas e decreta o horário ‘permitido’ para a circulação de moradores. A partir das 21h, muitos preferem entrar em suas casas para não serem repreendidos pelos marginais.
Em Jardim Nova Era, pelo menos quatro ruas estão ocupadas pelas barricadas do tráfico. Para impedir a passagem da polícia, eles usam de tudo. Desde pedras e troncos de árvores à para-choques de carros e trilhos de trem.
“Já proibiram até falar ao telefone próximo de uma boca de fumo, pois os criminosos temem ser denunciados. Em alguns acessos do bairro, a polícia nem consegue entrar por causa das barricadas”, comentou um morador.
A ousadia dos criminosos é tanta, que até na Via Light há barricada. Na altura de Jardim Pernambuco, onde a via foi estendida, há um bloqueio feito com tronco de árvore. E o medo é tanto que até o prefeito Nelson Bornier (PMDB) costuma andar por alguns bairros da periferia com escolta da Polícia Militar. “Peço reforço, mas eles (traficantes) estão deixando chegar obras e serviços”, afirmou Bornier. Comandante do 20º BPM (Mesquita), o tenente-coronel Almyr Mendonça garantiu que as barricadas estão sendo retiradas.
Barricadas em Caxias e Meriti
Em Duque de Caxias, também há comunidades dominadas pelo tráfico. Na saída para a Linha Vermelha, em frente à favela do Lixão, é possível avistar barricadas. Numa rua, há sofás empilhados para dificultar a entrada dos carros da polícia. Em São João de Meriti, a Vila São José, no Morro do Guarani, e Analândia, também estão repletas de barricadas.
Aula suspensa e comércio fechado
Em Nova Iguaçu, aulas já foram suspensas por ordem de traficantes e serviços básicos interrompidos como uma simples coleta de lixo, nos bairros que ficam às margens da Estrada de Madureira.
A prefeitura confirmou que atualmente há 20 escolas localizadas na ‘Faixa de Gaza’. Longe dali, na Cerâmica, traficantes do Morro do Cotó também têm levado pânico entre moradores e ordenado fechamento do comércio.
Fonte: O Dia
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