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Novo patrimônio imaterial do estado, Festa do Aipim em Nova Iguaçu vive imbróglio por conta de obra da Cedae

Festa do Aipim, em Nova Iguaçu, vira polêmica por conta de obra — Foto: Divulgação


Realizado desde 2003, evento pode não ocorrer se as intervenções forem para a frente, diz a organização; companhia argumenta que encerrará obra antes da festa


NOVA IGUAÇU - Realizada desde 2003, a Festa do Aipim, em Tinguá, Nova Iguaçu, foi declarada como patrimônio histórico, cultural e imaterial do estado, conforme publicação no Diário Oficial desta quinta-feira. Tradicionalmente celebrado no segundo fim de semana de julho, o evento, no entanto, vive um imbróglio atualmente: uma obra pode impedir sua realização, apontam os organizadores.

Cercada por Mata Atlântica e por áreas rurais, a região de Tinguá tem a Festa do Aipim como uma saída para que comerciantes possam ter renda durante um período considerado de baixa temporada. Na última edição do evento, no ano passado, 37 famílias trabalharam diretamente na festa, como produtores de aipim, que vendem produtos derivados do vegetal. Restaurantes e pousadas da região também são beneficiados.

Mas uma obra da Cedae para a instalação de macromedidores sob o pavimento da Rua Nossa Senhora da Conceição, justamente onde o evento é realizado, pode inviabilizar a festa deste ano. Em publicação nas redes sociais, o perfil da Festa do Aipim aponta que a companhia “se recusa a postergar o início” das intervenções, mesmo após explicação de que a realização da obra impediria o evento.

A Cedae informa que o “cronograma das obras foi elaborado para evitar interferir na realização da Festa do Aipim", com conclusão prevista para 30 de junho, "inclusive com a recomposição da pavimentação do local”.

Jefferson Lopes, secretário-geral da Associação de Moradores e Amigos de Tinguá (Amat), entidade responsável pela realização do evento, observa que mesmo que a obra não atrase, o calendário apertado não permitiria a realização da festa. Atualmente, segundo ele, moradores mantém carros estacionados no local da obra, numa tentativa de postergar seu início.

— Além de atentar contra a identidade e os valores que aquela comunidade carrega, (a não-realização da festa) traz um impacto na renda dessas pessoas — observa Jefferson, que fala em “desrespeito à cultura e às famílias” que trabalham no evento.


Apelo à prefeitura para intervir


De acordo com o representante da Associação de Moradores, os organizadores agora tentam com a prefeitura de Nova Iguaçu um intermédio dessa situação com a Cedae, em mais uma tentativa de adiar as obras. Em nota, o município informa que os representantes da Amat faltaram a uma reunião marcada com a Secretaria municipal de Governo, no último dia 15, mas que estiveram no gabinete da pasta e foram recebidos no dia seguinte.

Na ocasião, no entanto, “foram recebidos pelo chefe de gabinete, pois o secretário estava em reunião”. Segundo a nota, a secretaria está disponível para um novo encontro, onde poderão ser tratados assuntos pertinentes à festa, como o apoio do município.

O projeto de lei que torna a Feira do Aipim em patrimônio, de autoria dos deputados Verônica Lima e Felipinho Ravis, foi sancionado pelo governador em exercício, Thiago Pampolha. O texto, publicado no Diário Oficial desta quinta-feira, destaca que o “poder público poderá fomentar parcerias com entidades”.

Fonte: EXTRA

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