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A cada três horas, uma moto é roubada na Baixada Fluminense

A moto de João Olavo: o comerciante estava com a esposa quando foi roubado — Foto: Arquivo pessoal

Segundo números do ISP, apenas no primeiro trimestre deste ano foram 765 registros do crime na região, um aumento de 69% em relação ao mesmo período do ano passado

BAIXADA FLUMINENSE - A cada três horas, em média, uma moto é roubada num município da Baixada Fluminense. No primeiro trimestre deste ano, segundo os dados mais recentes disponíveis, foram 765 registros do crime na região, um aumento de 69% em relação ao mesmo período do ano passado. Ontem, o EXTRA mostrou que, em todo o Estado do Rio, houve um aumento de 1,8% no índice nos primeiros três meses de 2024, na comparação com 2023. Os dados foram fornecidos pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), via Lei de Acesso à Informação.

João Olavo teve sua moto, avaliada em R$ 62 mil, roubada por uma dupla de
criminosos na rodovia Washington Luís — Foto: Arquivo pessoal

As Áreas Integradas de Segurança Pública (Aisps) — equivalentes ao setor de atuação de um batalhão da Polícia Militar — que cobrem os municípios da Baixada tiveram o equivalente a 44% de todos os roubos de moto ocorridos no estado. Das cinco Aisps com mais roubos entre janeiro e março deste ano, três ficam na região: 20º BPM (Mesquita), 15º BPM (Duque de Caxias) e 39º BPM (Belford Roxo).

São casos como o do comerciante João Olavo Junior, de 41 anos. Em 31 de agosto deste ano, ele pilotava uma motocicleta Triumph 900 cilindradas, levando sua esposa na garupa, na rodovia Washington Luís, por volta das 14h, quando foi abordado por dois homens armados em uma BMW, no trecho entre a Vila São Luís e a Refinaria de Duque de Caxias, em Campos Elíseos. Os criminosos obrigaram as vítimas a descer da moto, que foi levada pelos bandidos. Antes de ser desligado, um rastreador apontou que o veículo estava no Complexo do Alemão. A moto estava avaliada em R$ 62 mil.

— Eu e minha mulher estávamos a caminho de um encontro de motociclistas, que aconteceria em Guapimirim. Quando passei próximo a uma passarela, observei dois homens parados numa moto, usando jaquetas e capacetes. Passei por este ponto e segui normalmente. Menos de um minuto depois, já percebi a dupla ao meu lado com uma moto BMW. Estava a mais de 100km/h quando eles emparelharam e o garupa apontou uma pistola em nossa direção. Mandaram que eu encostasse ali mesmo. Muita gente viu quando eles levaram dinheiro, meu celular e os nossos capacetes. Depois, um deles montou na moto e mandou a gente correr. Duas semanas antes, eu já tinha escapado de outra tentativa de assalto na Rio-Magé — disse o comerciante, que recebeu ajuda de um casal para ir de carona em um carro até a 60ª DP (Campos elíseos), onde o caso foi registrado.

Nos furtos de motos, as áreas de batalhão da Baixada também aparecem no topo do ranking: novamente, o 20º BPM está em primeiro lugar nas ocorrências, com 175 furtos no primeiro trimestre de 2023. No total da região, porém, houve uma queda de 3,3% nesse índice entre 2023 e 2024.

Dicas de especialista

O antropólogo Robson Rodrigues, ex-chefe do Estado-Maior da PM do Rio e membro do Laboratório de Análise da Violência (LAV) da Uerj, dá dicas sobre como reduzir o risco de ser alvo dos criminosos.

— O que pode ser feito é observar movimentos suspeitos de aproximação, transitar sempre por pontos onde há possibilidade de se evadir em caso de abordagem, optar, se possível, por uma via que seja mais policiada, evitar horários mais críticos e também as vias vicinais, que são mais vulneráveis. Agora, caso haja a abordagem de bandidos armados, o melhor a fazer é não reagir, nunca. O que é um roubo pode se transformar em latrocínio, algo muito pior — ensina Rodrigues.

No caso de furtos, o antropólogo indica o investimento em tecnologia:

— O furto é um crime de observação. Se o bandido perceber que vai ter uma dificuldade adicional, pode optar por abandonar aquele alvo e buscar outro. Dessa forma, se a pessoa puder fazer esse investimento é algo que pode evitar um prejuízo maior.

Fonte: OGlobo

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