Aluna do Instituto Federal de Educação do Rio de Janeiro (IFRJ), Carolina fez parte de um grupo de 16 brasileiros, oriundos da Bahia, Ceará, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo, selecionados para participar da maior feira de ciências do mundo dedicada a estudantes do ensino médio. Mais 1600 alunos de 60 países competiram e foram avaliados pelo rigor científico, competência e a clareza demonstrada no desenvolvimento dos projetos e nas apresentações.
“Confesso que ainda não consigo acreditar que isso aconteceu. Em vários momentos, revejo a cerimônia de premiação, o momento que chamam meu nome, só para confirmar que não estou sonhando acordada. É muito bom poder trazer esse reconhecimento para o nosso país”, disse Carolina.
Trajetória de sucesso
Antes de chegar na feira internacional, Carolina obteve ótimos resultados na Feira promovida pela Fundação Cecierj, vinculada da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, onde foi indicada para participar da 22ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace). A jovem contou que, mesmo já tendo conquistado cinco prêmios, a indicação para ir à ISEF foi surpreendente.
“A incerteza se transformou em felicidade quando ouvimos ‘Rio de Janeiro, São João de Meriti’ e nossa jornada começou ali. Gosto de dizer que a ISEF mudou a minha vida e, depois dessa experiência, surgiu outra Carolina, aquela que eu sequer imaginei que podia existir. Venho de uma família humilde, em que a maioria não teve a chance de terminar o ensino médio. Por isso, me sinto muito feliz por estar começando a mudar essa história”, afirmou.
Ela disse que a conquista confirmou a sua escolha pela ciência: “Tive mais certeza que nasci para essa área tão estimulante e desafiadora. No ensino fundamental, a minha matéria favorita era Biologia e me esforcei para entrar no curso técnico em biotecnologia do IFRJ para fazer pesquisa. Sair do laboratório às 22h ou trabalhar sábado e feriado não era um estresse ou uma obrigação, era uma escolha gratificante e feliz”.
Sobre a Fecti
A Fecti, que completa 18 anos em 2024, é a maior feira de ciências do estado, reunindo projetos de pesquisa de alunos dos ensinos fundamental II, médio e técnico, das redes pública e privada, desenvolvidos nas escolas sob a orientação dos professores. Os participantes concorrem a medalhas e indicações para feiras afiliadas em um trabalho realizado pela equipe da vice-presidência Científica. Para o presidente da Fundação Cecierj, Lincoln Tavares, a Fecti é uma importante iniciativa que alia educação e divulgação científica:
“As feiras de ciência são um instrumento de relevância no processo de construção da aprendizagem e é motivo de muito orgulho para a Fundação Cecierj promover a Fecti, que desperta vocações científico-tecnológicas e o interesse dos jovens pelas carreiras profissionais nessas áreas. Promover essas iniciativas gera um impacto na produção do conhecimento, no fortalecimento do vínculo entre aluno, educador e toda comunidade escolar”, destacou o presidente, que já deixa o convite para a edição deste ano, que vai ocorrer em novembro, com diversos parceiros, como Faperj e Cefet/RJ e apoio do Governo do Estado.
Inscrito na FECTI do ano passado, o projeto ‘Investigação do desequilíbrio metalômico associado ao câncer” foi premiado com indicação à Febrace, que é organizada pela Universidade de São Paulo (USP), e levou dois prêmios na Feira Internacional de Ciência e Engenharia: 1º lugar ‘Drug, Chemical & Associated Association’ e 3º lugar da Mary Kay Inc.
“Tudo começou com a minha participação na Fecti”, conta Carolina, que pretende participar de futuras edições: “Com certeza! Além da qualidade do evento, tenho um apego emocional, afinal a minha história começou a mudar ali. Estou ansiosa para mostrar como o projeto evoluiu em menos de um ano, além de ouvir as sugestões dos avaliadores para aprimorar cada vez mais o estudo”, explicou Carolina, que é orientada pelas professoras Mariana Paranhos Stelling e Juliana do Carmo Godinho.
Fonte: Cecierj
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