Ticker

8/recent/ticker-posts

PREVENÇÃO DE TRAGÉDIAS: Estado anuncia a criação de projeto piloto em nove cidades, incluindo a Baixada Fluminense

CLIQUE AQUI e assista ao vídeo do debate

RIO DE JANEIRO - Nove municípios do estado do Rio vão receber um plano piloto para implementar uma estratégia de resiliência urbana e impedir tragédias climáticas. O plano é um dos eixos do projeto estadual Rio Inclusivo e Sustentável, que será realizado em parceria com a ONU Habitat, com investimento estadual de US$ 1,3 milhão.

Neste primeiro momento, as cidades selecionadas como piloto do projeto são aquelas que sofreram impactos significativos causados pelas chuvas nos últimos anos no estado do Rio. Estão contemplados os municípios de Paraty, Angra dos Reis e Mangaratiba, na Costa Verde, Nova Iguaçu, Duque de Caxias e Belford Roxo, na Baixada, e Petrópolis, Nova Friburgo e Teresópolis, na Região Serrana. O anúncio foi feito durante a segunda edição do Diálogos RJ, evento realizado pelo O GLOBO.

Larissa Ferreira da Costa, assessora especial de Cidades Resilientes da Secretaria Estadual do Ambiente e Sustentabilidade, destacou a importância de adaptar as ações às necessidades específicas de cada município para enfrentar eventos climáticos extremos. Ela participou do segundo painel do evento, que debateu a "Construção de cidades resilientes às mudanças climáticas", com mediação de Ana Lucia Azevedo, repórter especial do GLOBO.

CLIQUE AQUI e assista ao vídeo do debate

— As ações são na ponta. Muitas vezes os municípios não têm capacidade técnica e financeira para conduzir uma série de ações, e o papel do estado é fortalecer essa capacidade. Vamos trabalhar municípios da Região Costeira, da Baixada Fluminense e da Região Serrana, assim conseguimos entender a necessidade de cada uma dessas tipologias, para que em projetos futuros a gente possa replicar — disse.

O projeto prevê a capacitação para fortalecer a resiliência urbana e climática nos territórios piloto, a avaliação de riscos com autoridades municipais e a comunidade, utilizando autoavaliação e mapeamento participativo, e a criação de um Marco de Ação de Resiliência, que compreende as estratégias de adaptação.

Outros 10 municípios do estado serão contemplados com o projeto Adapta Cidades, do Ministério do Meio Ambiente, com interlocução do Governo do Estado. Ainda em fase de planejamento, o foco é prestar uma consultoria para que as cidades criem uma metodologia de adaptação climática no curto, médio e longo prazos. Os municípios ainda não foram definidos.

Desde a década de 1950, o volume de chuvas tem aumentado na América do Sul, resultando em maior vulnerabilidade e exposição da população a desastres. Segundo José Antônio Marengo Orsini, climatologista e coordenador geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), uma das soluções mais urgentes é criar uma cultura de prevenção e de percepção do risco.

CLIQUE AQUI e assista ao vídeo do debate

— As pessoas não morrem por causa das chuvas, mas pelo desastre deflagrado por elas. Temos tido chuvas intensas e é possível que no ano que vem tenhamos chuvas ainda mais intensas. Os desastres devem ser conhecidos por todos. É responsabilidade dos governos criar essa consciência na população, investir em uma cultura de prevenção, informando e treinando as pessoas a usarem rotas de fuga. O Brasil é mais reativo do que proativo. Prevenir causa danos menores — afirmou Marengo, no primeiro painel, “É possível se preparar para eventos climáticos extremos?”.

A Defesa Civil do estado do Rio possui uma escola que oferece treinamentos para lidar com desastres, atendendo as Forças Armadas, agentes estaduais, municipais e até a sociedade civil. Segundo a diretora Kellen Salles, essa preparação é fundamental para promover a mudança de comportamento.

— Treinar a sociedade é crucial para as pessoas saberem como se abrigar em uma situação de risco, o que levar de documentos e itens pessoais — afirma a diretora da escola.

Segundo Carlos Machado, coordenador do Centro de Estudos e Pesquisas em Emergências e Desastres em Saúde Pública da Fiocruz, ter um sistema de monitoramento é fundamental, mas a maioria dos municípios não possui defesas civis estruturadas o suficiente para reduzir os impactos:

— O fundamental é que investimentos federal e estadual cheguem aos municípios. As estruturas de defesa civil são precárias nesses locais, não há pontos de apoio, abrigos e nem hospitais suficientemente preparados. Isso tudo faz parte de um conjunto de requisitos para evitar que o evento extremo se torne um desastre.

No estado do Rio, a urbanização e a ocupação desordenada do território interferiram no ciclo natural da água. Uma consequência foi a impermeabilização do solo, que favorece inundações. Para o secretário estadual de Cidades, Douglas Ruas, a solução mais imediata seria investir na canalização e retenção do volume de água das chuvas, mas, segundo ele, faltam recursos.

— Não vemos a urgência climática ter prioridade no orçamento público federal. Alguns municípios do Rio de Janeiro têm capacidade de investimento muito reduzida. As necessidades são grandes, mas o orçamento está muito aquém do tamanho do desafio. É preciso autonomia financeira para tornar as cidades resilientes — afirmou Ruas.

LEIA A MATÉRIA NA INTEGRA EM:

https://oglobo.globo.com/rio/noticia/2024/05/28/municipios-do-rio-terao-projeto-piloto-contra-tragedias-climaticas-com-investimento-de-us-13-milhao.ghtml

Fonte: Extra Online

Postar um comentário

0 Comentários