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PT INVESTE EM EX-ADVERSÁRIOS NA BAIXADA FLUMINENSE PRA TENTAR BARRAR BOLSONARISMO

Gleisi, Lindbergh e Zito em seminário para discutir candidaturas na Baixada Fluminense para 2024.
Foto: Divulgação

POLÍTICA FLUMINENSE
- Para estancar o bolsonarismo e conquistar o maior número de prefeituras na Baixada Fluminense, onde estão quatro dos dez maiores colégios eleitorais do Rio, o PT vai lançar mão de duas estratégias: apoio a candidatos de outros partidos, mesmo que tenham histórico de passagens por legendas de direita, e candidaturas próprias com apelo popular, que incluem novos nomes que desembarcaram de siglas do Centrão. 

Para o restante do estado, o PT projeta eleger prefeitos em municípios de pequeno e médio portes, o que também está previsto na Baixada. Em 2016 e 2020, a sigla conquistou apenas uma prefeitura fluminense: Maricá, na Região Metropolitana, fortaleza do partido que resistiu à onda antipetista. Até 2016, eram dez cidades.

As estratégias atendem à determinação nacional do partido, que vê no aumento da conquista de prefeituras uma maneira de pavimentar o fortalecimento do PT para 2026. Ter prefeitos aliados, mesmo que em siglas de centro, também busca dar capilaridade à campanha de reeleição do presidente Lula, movimento que tem como faceta mais visível o apoio na capital ao prefeito Eduardo Paes (PSD), possível postulante ao Palácio Guanabara em 2026.

Na Baixada, uma das dificuldades foi encontrar nomes com apelo popular, o que levou o PT a apoiar antigos rivais, hoje aliados. É o caso de Duque de Caxias, segunda cidade do estado em número de eleitores. A sigla bateu o martelo para apoiar o nome do PV, José Camilo Zito, que integra federação com PT e PCdoB. Ex-prefeito, ele tem passagens por legendas de direita, centro e esquerda, como PP, PSDB e PSB. Sua filiação anterior foi ao PSD. Chamado de “Rei da Baixada” nos anos 1990 por suas votações expressivas, ele busca atrair o PDT, que tem como pré-candidato o deputado federal Marcos Tavares.

— Temos tentado uma aproximação com o PDT. Precisamos deixar as vaidades de lado e formarmos uma grande frente de esquerda para retirar da prefeitura o atual grupo familiar que governa — sugere Zito, que lançará a filha e ex-deputada federal Andréia Zito a vereadora como uma das puxadoras de votos da federação.

Em Nilópolis, o PT filiou o ex-prefeito Sérgio Sessim, filho do ex-deputado Simão Sessim (com dez mandatos na Câmara) e até então cacique do PP, sigla do Centrão, na Baixada. Ele enfrentará o prefeito Abraãozinho David (PL), sobrinho do presidente de honra da Beija-Flor, Anísio Abrão David, e do ex-prefeito Farid Abrão David. Os pais de Simão e Abraãozinho eram primos.

— Quando fui prefeito, o PT participou de nosso governo. Vamos retomar o que começamos a fazer e foi abandonado — frisa Sessim, que não descarta reaproximar-se do PP.

Internamente, o PT se considera favorito em quatro municípios, nenhum entre os mais populosos do estado: Maricá, onde o deputado federal e ex-prefeito Washington Quaquá concorrerá; Japeri, com a reeleição de Fernanda Ontiveros, filiada em 2023; Paracambi, com o deputado estadual Andrezinho Ceciliano; e Pinheiral, com Rivalney Pedrosa.

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Apoio de Waguinho

O PT também acredita que pode disputar bem em Itaboraí, com a deputada estadual Zeidan, e em São Gonçalo, com o deputado federal Dimas Gadelha. Em Nova Iguaçu, os petistas falam em fazer uma “boa campanha” com Tuninho da Padaria, que foi secretário do ex-prefeito e deputado federal Lindbergh Farias e tem apoio do prefeito da vizinha Belford Roxo, o presidente estadual do Republicanos, sigla do Centrão, Wagner Carneiro, o Waguinho. Em troca, o PT apoiará o candidato de Waguinho, Matheus Carneiro, à sua sucessão.

Além das prefeituras, o PT do Rio estima ampliar o número de vereadores, o que também tinha sido afetado nas duas últimas eleições.

— Elegemos 23 vereadores em 2020, e em 2024 devemos passar de 80 em todo o estado — diz o presidente estadual do PT João Maurício de Freitas.


Fonte: O GLOBO

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