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Servidores da Educação protestam na Câmara Municipal de Caxias.


Ato ocorreu após dois projetos que alteram salários dos funcionários serem encaminhados para votação dos vereadores.
Com redução salarial e pagamentos atrasados, professores de Caxias protestam. Educadores denunciam aprovação de projetos na Câmara que prejudicam categoria
DUQUE DE CAXIAS - Motivados por atrasos salariais e corte de benefícios trabalhistas, os professores da rede municipal de Duque de Caxias realizaram um ato na Câmara de Vereadores do município, nesta segunda-feira (7). De lá, o grupo segue para a Secretaria de Educação. Na semana passada, a Câmara votou projetos que afetam diretamente os profissionais da área, em uma sessão plenária cercada de irregularidades, de acordo com a professora e coordenadora geral do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio (Sepe-RJ) Thays Rosalin, entrevistada pelo JB.

Segundo Thays, as oito propostas enviadas à Casa pelo prefeito Washington Reis (PMDB) foram votadas em cinco minutos, desconsiderando os protestos dos professores que participavam da sessão. Eles teriam sido rechaçados pela polícia e pelos seguranças particulares dos vereadores, segundo o relato da professora.

Os homens teriam feito ameaças aos professores, com um deles inclusive sacando uma arma de fogo. Um dos professores teria sido agredido durante a sessão. De acordo com Thays, ele prestou queixa na delegacia posteriormente.
Assembleia de professores da rede municipal em Caxias, realizada na manhã desta segunda-feira

Os servidores solicitaram a ata da sessão, com a suspeita de que os projetos possam ter sido aprovados com quórum menor do que o obrigatório para votações do tipo. No entanto, Thays disse que até agora o documento não foi disponibilizado.

“Nossa reivindicação no ato de hoje se deve ao fato de que o prefeito não abriu diálogo com os professores. Com a retirada de benefícios, o salário do professor cai quase pela metade. Não houve nenhum debate prévio”, disse a professora. De acordo com ela, a votação foi arbitrária. “A bola está com o prefeito para que ele faça a revisão necessária nesse projeto. Aprovamos 48 horas de paralisação para pressioná-lo”, complementou.

A professora também lembrou que os salários dos servidores do município já estão com dois meses de atraso. Segundo ela, apenas metade dos professores recebeu o pagamento de junho, sem nenhum indicativo da liberação dos vencimentos de julho.

Servidores da Educação protestam na Câmara Municipal de Caxias. 
Severino Silva / Agência O Dia
Com a aprovação do projeto da Prefeitura, a situação dos professores pode piorar. “A mudança entre os níveis cai de 12% para 6%, o aumento da contribuição previdenciária sobe de 11% para 14%. Haverá redução nas gratificações para os professores que dão aula em áreas distantes. Algumas escolas vão ter gratificações reduzidas para menos da metade, outras não vão ter mais nenhuma”, complementou, ressaltando que o vale-transporte também deve deixar de ser pago a quem recebe mais de R$ 2.074,70.

Entre os oito projetos aprovados, chama a atenção um que não está ligado diretamente à questão da educação no município: A taxa mensal para recolhimento de lixo também vai aumentar.

Para dar aula, os professores estão tirando recursos do próprio bolso para manter as escolas funcionando. Segundo Thays, as escolas estão sem materiais básicos para a realização das aulas. “De uma forma literal, estamos bancando a escola. Parte do nosso salário está sendo aplicado para pagar o que a prefeitura não nos passava.”

Na quarta-feira (9), os professores se reúnem em uma nova assembleia para decidir os próximos passos da categoria.

ESSA PARTE DO PROTESTO A IMPRENSA NÃO MOSTROU!!


ESSA PARTE DO PROTESTO A IMPRENSA NÃO MOSTROU!!

Impedidos de entrar para acompanhar a votação, os servidores tentaram invadir o local. Houve tumulto e confusão. A PM precisou conter os manifestantes e usou bombas de gás. Ninguém ficou ferido.

Ontem a sessão já havia sido suspensa, porque por volta das 17h profissionais da Educação ocuparam a Câmara para impedir que o projeto fosse votado. "O projeto foi feito sem ser discutir com a categoria, é um absurdo o que estão fazendo", disse a professora Thays Rosalin, uma das diretoras do Sindicato dos Profissionais de Educação (Sepe) de Caxias.

Em nota, a Prefeitura de Caxias argumenta que o projeto visa uma economia anual de R$52 milhões, dinheiro que ajudaria a manter os salários dos servidores em dia. "O projeto não propõe corte de direitos, apenas medidas que garantem mais igualdade entre as categorias do funcionalismo", diz a nota.
Fonte: O DIA/Jornal do Brasil/Felipe Gelani 

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