Pacientes que procuram atendimento encontram hospitais fechados. Médicos da principal emergência do município não recebem há 3 meses. |
A crise financeira já chegou aos municípios da Baixada Fluminense. Vários deles estão com os salários dos servidores atrasados e com os serviços públicos em estado de penúria, como mostrou o Bom Dia Rio desta segunda-feira (14).
Em Belford Roxo, muitos hospitais e postos de saúde, quando ainda funcionam, não conseguem oferecer o básico para a população. A Policlínica Neuza Brizola, por exemplo, está fechada com cadeado. O Posto de Saúde e Unidade Mista de Atendimento Lote XV está fechado desde junho, segundo moradores.
“Se a pessoa precisar de atendimento aqui em Belford Roxo, posto de saúde? Está fechado, está em greve. UPA? Está em greve também. Maternidade? Muito difícil”, disse a dona de casa Ana Cláudia Silva.
Há mais de dois meses, a UPA do Bom Pastor também foi fechada. No Hospital de Clínicas o aviso de que o serviço está suspenso está na porta da unidade. Além disso, todas as cirurgias marcadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) foram canceladas por falta de repasse da prefeitura. Por mês, eram feitas cerca de 500 cirurgias.
Há um ano, a esposa de Wagner Silva está tentando operar um mioma no útero. Eles já foram a três unidades de saúde, já tiveram a cirurgia agendada três vezes, três vezes desmarcada. Para tentar acelerar o processo do tratamento, a esposa dele fez alguns exames pagos no particular.
"Mais ou menos uma faixa de R$ 300 a R$ 400 e, infelizmente, chegamos aqui as três vezes que marcamos pra fazer a cirurgia e batemos de cara com a parede porque não havia previsão de fazer", disse Wagner.
No Hospital de Clínicas, funcionários contam que não há material e que os salários não são pagos há quatro meses. A situação não é diferente no Hospital Jorge Júlio Costa dos Santos, conhecido como Joca, o único com emergência no município. Na unidade, os funcionários estão com três meses de salários atrasados.
No domingo (13) não havia nenhum clínico de plantão. Os quatro médicos que deveriam estar trabalhando pediram demissão recentemente e nenhum profissional foi contratado para ficar no lugar deles. Nas instalações do hospital, três presos aguardam transferência pra fazer cirurgias ortopédicas. Estão algemados à cama há quatro meses. O centro cirúrgico está desativado e a obra nunca terminou.
"Funcionários estão sem pagamento, eles estão trabalhando mesmo por amor.,mas a falta de medicação é que está sendo pior aqui dentro. Tive que comprar dois tipos de medicação devido ao hospital não ter, e fralda descartável também", disse Edinalva da Silva.
Fonte: Baixada Viva/G1
14/11/2016
0 Comentários