Trânsito é lento nos principais trechos em obras, como o que fica entre Cordovil e Irajá Foto: Guilherme Pinto / Extra |
Rosângela Pereira, de 27 anos, reconhece que o BRT Transbrasil vai facilitar a sua vida, quando estiver pronto, no primeiro semestre de 2017. Mas até lá a moradora de Santa Cruz da Serra, na Baixada Fluminense, vai ter que conviver com os efeitos colaterais da obra: engarrafamentos diários na Avenida Brasil. A lentidão em alguns trechos, como o que fica entre os trevos das Missões, em Cordovil, e o das Margaridas, em Irajá, obriga os carros a andarem a 11km/h, como mostrava um painel eletrônico da pista, na manhã da última quarta-feira.
O EXTRA testou, no pico matinal de quinta-feira, os dois sentidos da via expressa e encontrou uma velocidade média de 28km/h, em direção ao Centro. Essa era a média do pior trecho (sentido Centro, a partir de Manguinhos), antes das obras, segundo dados da CET-Rio, divulgados em setembro de 2013. Agora é a de todo o trecho de Deodoro, na Zona Oeste, ao Caju, na Zona Portuária.
Para não prejudicar a mobilidade numa das principais vias expressas da cidade, as obras da Brasil serão suspensas durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, que acontecem em agosto e setembro do ano que vem, respectivamente. Hoje, motoristas e passageiros de ônibus que passam por lá se deparam, pelo caminho, com 16 frentes de obras e interdições em sete trechos.
Rosangela Perreira perde mais de três horas no trânsito, por conta das obras Foto: Guilherme Pinto / Extra |
A pista central entre Cordovil e Irajá virou um canteiro de obras, restando só as três faixas laterais para os motoristas, nos dois sentidos. Para fugir dos congestionamentos, o analista de sistemas Cláudio Luiz Andrade, de 42 anos, morador de Irajá, prefere o trem ou o metrô para chegar ao Centro, onde trabalha.
— Assim, chego em 45 minutos. De ônibus, pela Brasil, seria uma hora e meia.
Sem opção, o motorista Gutemberg Donato, de 54 anos, que trabalha com entrega de combustível, conta que já levou três horas para chegar de Manguinhos à Refinaria de Duque de Caxias. Ele passa pela Brasil pelo menos três vezes por dia.
Trabalho durante 24h
Cassiano Roberto Nascimento fatura alto com os congestionamentos na Brasil Foto: Guilherme Pinto / Extra |
O secretário municipal de Obras, Alexandre Pinto, admite que não dá para fazer uma intervenção como o BRT Transbrasil sem causar impacto no trânsito. Uma das formas de minimizar os transtornos, segundo ele, é agilizando o cronograma. Para isso, as equipes trabalham 24 horas, priorizando o horário noturno para serviços de concretagem e movimentação de maquinário.
Ele diz que 22% do projeto já foram executados, e a paralisação dos cerca de 40 dias durantes os Jogos 2016 não prejudicarão, porque já era prevista no cronograma. A CET-Rio informou que, para minimizar os transtornos e orientar os motoristas, mantém sinalização na via, painéis de mensagens, apoiadores e agentes de tráfego.
Na contramão dos que reclamam da lentidão, está Cassiano Nascimento, de 22.
— Dá para faturar mais de R$ 200 por dia — diz o vendedor ambulante de biscoitos.
Radiografia da Obra
Operários trabalham 24h por dia para garantir o cronograma Foto: Guilherme Pinto / Extra |
Tamanho - A extensão do corredor será de 28km de Deodoro ao Centro, com sete terminais e 20 estações, ao custo de R$ 1,4bilhão.
Já pronto - Quem passa pelo Caju avista os primeiros 5,5 km de pavimento rígido concluídos.
Adiantado - Pilares e fundações do viaduto da Avenida dos Campeões, em Ramos, também já são visíveis.
Para 2016 Ficam prontos os trechos que vão do Caju à entrada da Ilha do Governador e o que fica entre Cordovil e Irajá.
Fonte: EXTRA
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