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Secretário de Caxias admite que, mesmo sem barra de proteção, passarela onde idoso sofreu acidente fatal não estava interditada.


A nora de idoso que morreu ao cair de passarela em Duque de Caxias, Baixada Fluminense, disse que ele já reclamava de péssimo estado. Bernardo B. Sobrinho, de 61 anos, caiu da passarela na manhã do último sábado (12).
O secretário municipal de Defesa Civil e Segurança de Duque de Caxias, Marcello Silva da Costa, admitiu nesta segunda-feira que, mesmo sem barra de proteção, a passarela de onde o comerciante Bernardo Barros Sobrinho caiu, no Centro de Duque de Caxias, não estava interditada para a passagem. O homem, de 61 anos, estava de bicicleta, perdeu o equilíbrio e despencou na linha de trem no último sábado. Ele não resistiu a queda de aproximadamente 12 metros e morreu no mesmo dia, após ser internado no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Saracuruna.

— Não havia questão técnica para se interditar a passagem porque não tinha risco da passarela cair. Foi feito a sinalização preventiva com tubos de ferros, cabos de aços e fitas tubulares — afirmou o secretário, que interrompeu a travessia nesta segunda-feira, dois após a morte do comerciante: — Agora há tapumes no local e não dá mais para passar.

O secretário ainda afirmou a vítima não poderia estar passando sobre a bicicleta.

— Alguma coisa aconteceu que ele desequilibrou e caiu sobre a parte que a gente tinha sinalizado. Ele poderia ter caído sobre a outra parte, que ainda tinha a barra de segurança e passado por cima dela. O risco era latente. Na bicicleta, ele estava com uma altura maior do que a grade.
Passarela sem proteção não estava interditada Foto: Márcio Alves / 12.09.2015

Cerca de 21 metros da barra de segurança da passarela caiu sobre a linha do trem na última sexta-feira. O secretário informou a “má conservação” da peça causou a queda na linha férrea e que elas estavam enferrujadas. A passarela é de responsabilidade do Governo do Estado. A Secretaria estadual de Transportes informou que já começou uma vistoria nas 80 passarelas que são de responsabilidade do órgão. Só depois disso fará todas as reformas — inclusive onde o comerciante foi morto.

“Além disso, está em andamento a elaboração de convênios para transferir para as prefeituras as passarelas, hoje sob a responsabilidade do estado”, informou a secretaria.

O EXTRA teve acesso a um vídeo em que mostra que, mesmo após o acidente, a travessia continuava na passarela. Nas imagens, pedestres reclamam das condições de segurança.

— O ferro caiu, em vez de interditaram, colocaram só um ferro. Nós queremos uma providência para consertar essa passarela. Isso é um descaso muito grande — reclamou uma pedestre que estava no local do acidente.

Pedido de desculpas do Estado
Secretário estadual de Transportes, Carlos Osório afirmou, em entrevista ao Bom Dia Rio, da TV Globo, que o estudo do estado de todas as passarelas do Estado deve ficar pronto em duas semanas. Ele não deu prazo, no entanto, de quando as obras começam.

— Vamos começar hoje o raio x. São passarelas antigas e, em duas semanas, vamos ter o estudo. Depois, vamos solicitar as obras e reparos — afirmou o gestor, que pediu desculpas à família do comerciante: — A Centra de Logística tem um programa de vistoria e manutenção. Mas o acidente nos mostrou que isso não está funcionando. A responsabilidade é nossa. Se a passarela estivesse em ordem, o acidente não teria acontecido.
Fonte: Bruno Alfano/Extra

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