Imagem ilustrativa da internet. |
A violência na cidade tem feito vítimas que vão além das estatísticas de crime. Ela gera um quadro de ansiedade em crianças que já sofrem ou são propensas a ter o transtorno. Segundo a psicóloga Renata Vianna, do departamento de Psiquiatria da Infância e Adolescência da Santa Casa de Misericórdia, a onda de assaltos com uso de facas no Rio aumentou a preocupação dos pequenos. Nos consultórios, ela tem ouvido mais relatos de crianças que temem morrer ou perder os pais.
— Nas crianças que já têm ansiedade, a violência pode abrir um foco a mais de preocupação. Já nas que são propensas a ter o transtorno, pode servir de gatilho, especialmente se for algo próximo dela, como alguém que ela conhece ou no próprio bairro — comenta a psicóloga, acrescentando que duas em cada dez crianças podem desenvolver a doença na infância. — Ficar nervoso todo mundo fica. O caso só é clínico quando vem acompanhado de sintomas físicos, emocionais e pensamentos catastróficos, com prejuízos.
Com o crescimento na demanda para tratamento de ansiedade, a Santa Casa de Misericórdia vai abrir 50 vagas para tratamento de crianças entre 8 e 14 anos. As inscrições já podem ser feitas, durante a semana, pelo telefone 2533-0118, das 14h às 17h. Uma triagem será realizada com especialistas para o preenchimento das vagas. A previsão é que as consultas, gratuitas, comecem a partir de agosto.
— Nosso compromisso é dar o melhor para muitas pessoas. Qualquer pessoa, mesmo sem ter recurso, sem poder pagar, vai ter esse tratamento da melhor qualidade com o que tem de mais moderno — garante a chefe da clínica de psiquiatria da Santa Casa, Fátima Vasconcellos.
Segundo a psicóloga Lúcia Marmulsztejn, a escola também exerce um papel fundamental para identificar a presença do transtorno.
— O nível de ansiedade atrapalha a aprendizagem e o desempenho na escola. Pode ser tão grande que a criança se antecipa, responde ao professor antes de ele terminar a explicação ou de fazer uma pergunta — ressalta.
*Com supervisão de Daniela Dariano
Fonte: Guilherme Ramalho*/Extra
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