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| Lindamar com a filha, de 17 anos, teve que ir para outra unidade de saúde. Foto: Cléber Júnior / Agência O Globo |
— É um pesadelo. Não tem papel higiênico no banheiro, o bebedouro está sempre quebrado e os lençóis dos leitos não são trocados. Isso, sem falar na demora do atendimento — conta Priscila da Silva, de 24 anos, que acompanha o pós-parto da amiga Geânia dos Santos, de 27.
Um problema mais grave foi enfrentado por uma menor de 17 anos, que, diagnosticada com uma gravidez tubária (de risco), e com fortes dores, aguardou dez horas — das 8 às 18h — pelo atendimento. A espera agravou o quadro de saúde da adolescente, que só conseguiu ser atendida em outra unidade, a Maternidade Mariana Bulhões, em Nova Iguaçu.
— O que aconteceu naquela maternidade foi um absurdo. Deixaram ela esperando por horas e depois disseram que não podiam atender. Podia ter acontecido algo pior — diz Lindamar dos Santos, de 37 anos, mãe da menina.
Já a dona de casa Marta Vilma Oliveira, de 40 anos, cuja filha se internou na unidade, diz as gestantes dividem o leito antes de terem o parto:
— Fiquei horrorizada com a infraestrutura do hospital. Para começar, antes do parto, elas esperam em leitos compartilhados, duas em cada cama, por causa da superlotação. A partir daí, a coisa só piora. O hospital é sujo, não troca os lençóis e falta papel higiênico todos os dias. Também não tem lugar para os acompanhantes ficarem, cada um é obrigado a levar seu banquinho e tentar encontrar um espaço entre os leitos que ficam espremidos na sala.
Marta Vilma diz que gestantes dividem leitos antes do parto. Foto: Cléber Júnior / Agência O Globo

Reunião nesta quinta-feira
A Secretaria estadual de Saúde informou que a interdição aconteceu após uma vistoria no dia 27 de abril, por diversas irregularidades que acarretavam alto risco sanitário. A Casa de Saúde foi notificada no mesmo dia. Hoje, representantes da secretaria vão se reunir com a direção da unidade e a prefeitura para avaliar o cumprimento das pendências identificadas na interdição e analisar adequações para normalizar o funcionamento. A secretaria não comentou o fato de a maternidade seguir aberta, apesar da interdição.
Na terça-feira, os deputados da Assembleia Legislativa do Rio aprovaram uma moção de repúdio ao secretário estadual de Saúde, Felipe Peixoto, por conta da interdição da unidade.
Fonte: Extra

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