Há mais de uma semana, José Figueiras, de 74 anos, tenta comprar remédios na Farmácia Popular de Areia Branca, em Belford Roxo. Na quarta-feira, ele foi ao local em mais uma tentativa. E mais uma vez saiu com as mãos vazias.
- Já é a terceira vez que venho aqui. Antes, não havia o remédio. Agora, está fechada -afirmou seu José. O aposentado é mais um dos moradores de Belford Roxo que sofre sem o atendimento na unidade, que foi fechada pela prefeitura por problemas no contrato com a Fiocruz.
- Não temos mais remédios. Todos foram proibidos de serem comercializados porque a farmácia está com problemas na documentação - informou uma atendente, que preferiu não se identificar.
Um morador, que também não quis revelar o nome, confirmou que frequentemente a farmácia de Areia Branca vendia remédios acima do preço estabelecido pelo governo federal. - Nem comprava mais. O preço de um remédio saía igual ao que era vendido na farmácia normal - contou.
No ano passado, uma auditoria feita pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus), a pedido do Ministério Público Federal, identificou irregularidades na farmácia de Areia Branca foram e também na unidade do Lote Quinze.
Segundo o Denasus, havia falhas na planilha financeira da unidade de Areia Branca, com diferença de valores nos anos de 2011, 2012 e 2013 e falta de comprovação de depósitos.
Além disso, as unidades estavam com poucos farmacêuticos (em vez dos três recomendados, havia apenas um de manhã e um à tarde).
De acordo com a Secretaria municipal de Saúde, a irregularidade no contrato com a Fiocruz foi descoberta logo no início da atual gestão e foi aberta uma sindicância para apurar as causas, o que levou à interrupção dos serviços. Nesse momento, segundo a Secretaria de Saúde, a situação contratual já foi regularizada e o fornecimento dos medicamentos será retomado o mais breve possível.
Fonte: Mais Baixada - Extra
Por Lígia Modena
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