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Ex-locutor do Maracanã, Fabio Leandro troca o futebol pelo MMA. a inusitada trajetória de Fábio.

Dos alto-falantes do Maracanã, brota uma voz sempre marcante, repetindo uma frase inúmeras vezes na mesma partida: “Suderj informa”. Por 42 anos, o dono dela foi Victório Gutemberg, morto em 2004. Seu substituto, curiosamente, foi indicado por ele próprio, dois dias antes de morrer: era Fabio Leandro, o então enfermeiro do estádio Mário Filho.
— Victório passou mal no Maracanã, e eu o atendi. Trabalhava lá havia três anos — conta o hoje locutor carioca: — Conversamos, contei que gostava de locução e até dei uma palhinha. Ele gostou. Três semanas depois, Victório morreu. E uma semana depois disso, me chamaram para um teste. Foi uma surpresa.
Primeiro, Fabio pensou que daria explicações sobre o atendimento dado a Victório no dia em que ele passou mal. Só depois descobriu que seu nome fora sugerido por Victório para substituí-lo. O teste — sua primeira experiência como locutor — foi nas quartas de final da Copa do Brasil de 2004, no jogo entre Flamengo e Grêmio. Rubro-negro, ele deu sorte ao time logo na estreia:
— Quando me falaram o que era, desabei a chorar. Foi emocionante. Só pensei: “me resta soltar a voz”. Eu parava de chorar para falar no microfone. O Flamengo venceu por 1 a 0. Ainda bem.
Fábio ao lado do Prefeito de Belford Roxo Dennis Dauttmam.
Foto: TV Novabel
Entre as muitas histórias que guarda desde então estão algumas engraçadas, como a do jogo em que o Vasco atuava no Maracanã e dependia de um resultado do Flamengo, em outro estádio.
— O Flamengo fez um gol. Abri o microfone para anunciar no Maracanã, mas antes de mim alguém gritou na cabine: “chupa bacalhau”. Gelei, mas acho que ninguém ouviu (risos) — lembra ele, garantindo que sempre foi profissional, apesar de ter um time de coração: — Não havia diferença. Narrava todos os jogos igualmente. Mas, confesso, às vezes dava vontade...
Foram sete anos de felicidade como titular das locuções, principalmente em clássicos cariocas como o de hoje. Até que, quando a administração do Maracanã foi cedida a uma concessionário, Fabio acabou afastado do cargo. Seu último jogo a trabalho foi o amistoso entre Brasil e Inglaterra, na reabertura do estádio, em junho de 2013.
Em Ação Social em Belford Roxo ao lado da 1ª dama Rachel Dauttmam.
Longe dos gramados, a voz grave e potente encontrou outro ambiente para ecoar: os eventos de MMA na Baixada. Desde 2011 Fabio já fazia locuções de lutas no Gringo Fight e no Web Fight Combat, entre outros. O sucesso lhe rendeu o apelido de Bruce Buffer da Baixada — em alusão ao famoso locutor do UFC — e a indicação ao prêmio Oswaldo Paquetá, o Oscar do MMA brasileiro.
— Eu me inspirei no Buffer, até criei um bordão, “É hora da verdade”, que foi muito bem aceito — festeja Fabio, que, se pudesse, continuaria como locutor nos dois esportes: — Se me convidassem, voltaria ao Maracanã, mas não deixaria o MMA. A luta se tornou uma paixão e tenho muita gratidão.
Fonte: Extra Online/Marjoriê Cristine

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