Quinze pessoas estão na cadeia acusadas pela polícia de dar um golpe milionário em pequenos empresários de quatro estados.
A quadrilha prometia contratos em obras públicas. E deu o calote em empréstimos milionários.
Em dois anos, R$ 37 milhões foram desviados.
A quadrilha agia principalmente na Baixada Fluminense, mas tinha ramificações no Paraná, Espírito Santo e Bahia.
E é acusada de enganar empreiteiros e pequenos empresários, com falsas promessas de contratos em obras públicas.
“Eles faziam empréstimos em pirâmide; iniciavam por uma das empresas que servia de base para a contratação de novos empréstimos. Ou seja, parte do dinheiro aferido com os primeiros era utilizada para de implemento das prestações dos empréstimos seguintes”, explica o delegado Felipe Curi.
Quando a dívida alcançava valores altos, e os empresários não conseguiam mais pagar, eles passavam as empresas para os estelionatários.
Rogério Moreira, acusado pelos investigadores de chefiar o esquema, foi preso no Rio.
Numa escuta telefônica, feita com autorização judicial, dois integrantes do grupo conversam sobre como os chefes da quadrilha agiam.
Luiz Guilherme: “Eles pegam um dinheiro ali, pegam um dinheiro aqui, pegam um dinheiro ali, pegam um dinheiro aqui e vai pulando”.
Voz masculina: “Vai ‘moendo’, dando ‘tombo’ nos outros”.
Luiz Guilherme: “Vai ‘moendo’”.
Para lavar o dinheiro dos empréstimos fraudulentos, o grupo comprou imóveis, veículos e até reformou uma escola para tentar vendê-la à uma prefeitura da Baixada Fluminense. Além disso, os criminosos criaram uma Oscip – organização da sociedade civil de interesse público –, que, segundo a polícia, era usada para administrar hospitais no interior da Bahia.
As investigações mostraram que a organização assumia a administração de hospitais para terceirizar e lotear os serviços a empresários. E superfaturavam os preços de equipamentos hospitalares.
Rogério Manso: “Eu quero uma tabela da Fundação Getúlio Vargas e quero que você coloque 3 vezes o valor. Só isso”.
Eron: “E aqueles aparelhos não são todos novos, não”.
Rogério Manso: “Você vai falar que é tudo zero”.
Carlos Alessandro Lins e Silva, um dos donos da Oscip Hospital Popular da Bahia, foi preso.
Todos os presos disseram que só vão falar na Justiça.
Fonte: G1
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