A ONG Operação Sorriso realiza até quarta-feira (9/10), na Policlínica Piquet Carneiro, que integra o complexo da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), a triagem de pacientes de todo o Brasil que necessitam de cirurgias de lábio leporino e fenda palatina. Serão 100 vagas disponibilizadas na missão que acontece no Rio. Uma equipe formada por voluntários da área médica ficará na cidade durante 10 dias. As cirurgias, que são gratuitas, serão realizadas entre os dias 12 e 16 no Hospital Universitário Pedro Ernesto, também vinculado à Uerj. A iniciativa também conta com o apoio da Secretaria de Saúde.
– Já fizemos mais de 4,1 mil cirurgias no Brasil. No mundo, já são mais de 200 mil pessoas operadas. Além disso, temos um número de pessoas atendidas que ultrapassa 70 mil pacientes, porque cada pessoa que chega à Operação Sorriso, mesmo que não seja selecionada para operar pela ONG já é encaminhada para atendimento na unidade parceira da missão nas localidades onde ela é realizada – explicou a coordenadora de Comunicação da ONG Operação Sorriso, Elisa Maria Campos.
Quem não estiver na lista dos 100 pacientes convocados será encaminhado para a unidade parceria da ONG Operação Sorriso, que no caso do Rio de Janeiro, é o Centro de Tratamento de Anomalias Craniofaciais. O núcleo ocupa um dos andares da Policlínica Piquet Carneiro. O centro de tratamento oferece atendimento ambulatorial e realiza cirurgias corretivas.
– O centro de tratamento dá sustentabilidade ao projeto, caso o paciente tenha a necessidade de complementar seu tratamento após uma cirurgia com especialidades como fonoaudiologia, ortodontia e cirurgias complementares, entre outras. Com a criação deste centro e a implementação de recursos nesta linha, hoje qualquer paciente tem assegurado o tratamento desde a infância até a vida adulta. Há pacientes, por exemplo, que foram operados na primeira missão da ONG realizada no Rio e que hoje conseguiram uma reabilitação plena, inclusive do ponto de vista dentário, por meio do atendimento em nossa unidade – afirmou o diretor-médico do Centro de Tratamento de Anomalias Craniofaciais, Henrique Cintra.
Cirurgia contra o preconceito
Encaminhada pelo centro de tratamento para participar da triagem da Operação Sorriso, Greyciane da Silva Vieira Silveira, de 26 anos, moradora de Cantagalo, município da Região Serrana, espera que seu bebê de 4 meses seja contemplado com a cirurgia.
– Acho que esta cirurgia pode quebrar, principalmente, o preconceito das pessoas em relação ao lábio leporino e à fenda palatina. A sociedade precisa saber que isso pode ocorrer e que há tratamento e cirurgia. Espero que meu filho possa melhorar a respiração e a sua alimentação – disse Greyciane.
A maranhense Edna Maria Gonçalves dos Santos, de 44 anos, levou o menino Cairo, de 4 anos, para a Operação Sorriso. Ela ficará alojada em área da Marinha do Brasil, outra entidade parceira da ONG.
– Lá no Maranhão não consegui cirurgia, aí me disseram que a missão ocorreria aqui e eu vim. Se Deus quiser poderei ajudar o meu menino – afirmou Edna.
Moradora de São Pedro da Aldeia, Sandra da Conceição, de 21 anos, quer que sua filha Ana Paula, de 4 anos, passe pela primeira cirurgia.
– Aguardo ansiosa a oportunidade. Espero que ela consiga estar entre os 100 pacientes – disse Sandra.
Os voluntários da Operação Sorriso também vão realizar as avaliações operatórias dos 95 pacientes que já fizeram a cirurgia para correção de lábio leporino e/ou fenda palatina na missão humanitária ocorrida em agosto de 2012. Esta é a quinta vez que a ONG vem ao Rio. Cerca de 400 pessoas foram operadas e mais de 700 procedimentos cirúrgicos foram feitos durante os programas humanitários na cidade.
A fissura labial e a fenda palatina, conhecidas popularmente como lábio leporino e goela de lobo, são malformações congênitas, de apresentação variável, que ocorrem durante o desenvolvimento do embrião.
Fonte: Governo RJ
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