Foto: Paulo Araújo / Ag. ODia |
Rosângela Bello, secretária-executiva do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Baixada Fluminense (Cisbaf), revela dificuldades para melhorar a saúde da região. Para ela, a Baixada precisa ganhar cinco hospitais de grande porte.
O DIA: O problema da saúde acontece não somente da Baixada, mas em todo o país. O que fazer para amenizá-lo?
Rosângela bello: A Baixada tem 3,8 milhões de habitantes e conta com apenas três hospitais de grande porte: o Hospital Geral de Nova Iguaçu (Posse), o Adão Pereira Nunes (Saracuruna) e o Moacyr do Carmo, este em Caxias. Para se ter uma comparação, o município do Rio tem 17 hospitais de emergência para 6,5 milhões de habitantes. Falta construir hospital na Baixada.
Quantos hospitais são necessários construir?
Mais cinco de grande porte.Isso porque as prefeituras se comprometeram a aumentar a cobertura do Programa de Saúde da Família para 86% até 2016. Sendo assim, reduz-se a necessidade de internação.
A falta de hospitais na Baixada é, então, o único problema da saúde?
Não adianta um hospital, um posto ou uma policlínica. Precisamos de uma rede de atenção à saúde, com unidades básicas, unidades de atendimento de urgência e emergência, policlínicas e hospitais. Mas também faltam leitos. O déficit é de 8 mil.
Com a falta desta rede e de outras alternativas, o hospital mais prejudicado é o da Posse?
A Posse é regional, atende à Baixada inteira. É impossível que uma prefeitura faça, sozinha, o custeio desta unidade.O Ministério da Saúde quer repassar R$ 4,3 milhões por mês, mas as despesas chegam a R$ 14 milhões. Mesmo com estas dificuldades, o prefeito de Nova Iguaçu, Nelson Bornier, inaugurou uma nova emergência no hospital e reforçou as equipes.
Se esta rede funcionasse na Baixada, a Posse não seria tão sobrecarregada...
A Posse atende do paciente com gripe ao infartado. Ela recebe muitas vítimas de trânsito, especialmente os ocorridos com motos. Muitos motociclistas andam sem capacete e a cabeça acaba sendo o pára-choque. Em geral, são pacientes muito jovens e que chegam com o quadro de saúde muito grave.
Estes pacientes que são casos de emergência disputam vagas com outros de menor complexidade?
A equipe técnica está estabelecendo um protocolo de quais pacientes devem ser atendidos na Posse. O diagnóstico é feito e o hospital faz contato com a Secretaria de Saúde do município, de onde o paciente é oriundo, para que ele seja levado de volta, caso seu quadro não seja grave. Na semana passada, o secretário de São João de Meriti trouxe um paciente em estado muito grave, mas levou de volta outro paciente que estava fora de perigo.
Fonte: O Dia
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