Atores de companhia da Baixada Fluminense são selecionados para apresentar espetáculo na China

'A jornada de um herói': espetáculo da Companhia de Atores da Fábrica vai ser apresentado na China — Foto: Divulgação

'A jornada de um herói' será apresentada nos dias 11, 12 e 15 nas cidades de Xangai e Xichang

BAIXADA FLUMINENSE - A Companhia de Atores da Fábrica, instalada em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, foi selecionada pelo Instituto Internacional do Teatro (ITI/Unesco) para apresentar o espetáculo “A Jornada de um Herói” em dois prestigiados festivais na China, na próxima semana.

O primeiro deles é o Festival Tradicional de Artes Cênicas da Rota da Seda, em Xangai, onde a peça será apresentada em 11 e 12 de novembro. Já na cidade de Xichang, as apresentações estão marcadas para o dia 15, em dois horários, durante o Festival Internacional de Teatro de Daliangshan.

— Até o momento, nenhum grupo teatral da região havia sido selecionado para se apresentar na China. Portanto, celebro essa conquista como uma política afirmativa para artistas periféricos, que geralmente enfrentam dificuldades de acesso a oportunidades internacionais e, muitas vezes, ficam restritos a apresentações locais — comemora Alexandre Gomes, diretor e idealizador do espetáculo, e também diretor da Companhia Atores da Fábrica.

A companhia tem 23 anos de trajetória e depende de vaquinhas para garantir os estudos de teatro de mais de 50 estudantes periféricos, entre eles negros, pessoas com deficiência e LGBTQIAP+.

A oportunidade de se apresentar nos festivais internacionais surgiu após a participação da companhia numa rodada de negócios promovida na terceira edição do Festival Internacional de Intercâmbio Teatral (NEAP FEST), idealizado pelo Centro Brasil do ITI/Unesco e por seu presidente, Jeff Fagundes, realizado em novembro do ano passado. Na ocasião, 14 curadores de diversos países de reuniram, para conectar teatros brasileiros à rede global dos 90 países membros do ITI.

— Estamos trabalhando para que, nas próximas edições, possamos contar com mais curadores nacionais e internacionais, além de criar oficinas sobre o mercado cultural para grupos independentes — afirma Jeff.

Fonte: EXTRA