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BAIXADA FLUMINENSE TERÁ QUE SER REALOCADA APONTOAM ESTUDOS SOBRE AUMENTO DO NÍVEL DO MAR. PROJETO IGUAÇU JÁ HAVIA ALERTADO SOBRE O FUTURO

Impacto das enchentes devem se intensificar ao longos dos próximos anos devido aos efeitos climáticos causando
mais transtornos a população da Baixada Fluminense. Foto UOL.

Mar subirá 20 cm a cada 5 anos de enrolação no clima
Mesmo cumprido à risca o Acordo de Paris, elevação média dos oceanos poderá ultrapassar 1,2 metro no ano 2300, sugerem pesquisadores europeus

BRASIL – Não é toda geração que pode se gabar de deixar um legado duradouro e universal para os tataranetos. A nossa deixará pelo menos um: o aumento dramático no nível global dos oceanos, que pode ultrapassar 1,2 metro no ano 2300. E isso ocorrerá mesmo que nós tenhamos sucesso em algo que parece bastante improvável neste momento: cumprir com régua e compasso o acordo do clima de Paris.

Um estudo europeu publicado nesta terça-feira (20) usou uma série de simulações de computador para estimar quanto o mar subirá até o final do século 22, depois que a humanidade parar de emitir carbono.

A elevação do nível do mar é um fenômeno lento, de causas complexas e difícil de estimar. Os cientistas sabem, porém, que o mesmo fator que a torna vagarosa – a imensa inércia do sistema oceânico – garante também que seus efeitos durem séculos, mesmo depois que o fator que a originou (no caso, a poluição decorrente da queima de combustíveis fósseis) tiver desaparecido.

Trata-se da chamada elevação “comprometida” do nível da água. Ela é um dado fundamental para saber o que fazer com a infraestrutura urbana e com as populações que moram perto do mar – como nos deltas asiáticos, nas nações-ilhas do Pacífico e na foz do Amazonas – nas próximas várias décadas.

O esforço tem tudo para ser a maior operação de mudança já realizada pela humanidade num intervalo tão curto: só no Brasil 25% da população vive no litoral e, embora 180 anos pareça muito tempo, pense em como será (e quanto custará) realocar a Baixada Fluminense, o aeroporto Santos-Dumont, o Guarujá, toda a zona insular de Santos, parte da ilha de Santa Catarina e a orla de Boa Viagem, por exemplo. E isso para ficar só por aqui, e só em um aspecto. Um estudo recente mostrou, por exemplo, que migrações internas decorrentes da elevação dos oceanos afetariam todos os Estados dos EUA. Interessa, portanto, mitigar o impacto futuro o máximo possível. Continue lendo a matéria em Link: http://www.observatoriodoclima.eco.br/mar-subira-20-cm-cada-5-anos-de-enrolacao-no-clima/

Vídeo da TV BRASIL divulgado em junho de 2017 fala sobre os impactos do Aumento do nível do mar no Rio


Não é de hoje que os cientistas apontam para o problema como mostra reportagem exibida em março de 2007 no Jornal O GLOBO.

Elevação do nível do mar traz risco maior para a Baixada

A ideia da orla carioca submersa pelos mares revoltos de um mundo mais quente é tão cinematográfica quanto falsa. As praias podem ser de fato afetadas por um aumento do nível do oceano estimado em até 60 centímetros ao longo do século, mas a área mais vulnerável do Estado do Rio é a Baixada Fluminense, como revelam especialistas da Coppe que debatem nesta sexta-feira o tema no seminário Adaptação e Vulnerabilidade do Rio de Janeiro à Elevação do Nível do Mar pelo Aquecimento Global. E a solução mais viável pode ser o deslocamento da população.


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Enquanto na orla os efeitos do aumento do nível do mar são contornáveis, na baixada fluminense o problema é mais grave. Paulo Canedo, da área de Recursos Hídricos da Coppe, usa o exemplo do rio Sarapuí, que corta os municípios de Nova Iguaçu, Mesquita, Belford Roxo, Nilópolis, São João de Meriti e Duque de Caxias, para mostrar o que pode acontecer em áreas de baixada litorânea de todo o país. “Hoje, na maré alta, a influência da água salgada avança 15 km pelo leito do rio Sarapuí. Com a elevação permanente do nível do mar, esse valor aumentará e as inundações atingirão as populações de baixa renda instaladas nas margens”, explica Canedo, lembrando que a entrada de água salgada nos rios é um fenômeno natural que se intensificará muitíssimo com o aumento do nível do mar. 

Chuva de 2010 com precipitação de 215mm inundou a região do Parque Amorim no Lote XV e deixou milhares
de moradores de Belford Roxo desabrigados.

No passado, a solução encontrada foi a construção de diques e pôlderes (elevação artificial da margem com sistema mecânico para escoar a água). Porém, a instalação de novos diques não seria necessariamente a melhor alternativa no futuro. “Essas são construções caras e difíceis de projetar, até pela falta de espaço disponível. Hoje muitas pessoas moram em torno e até em cima dos diques”, observa Canedo. 

Os pesquisadores afirmam ainda que pode haver comprometimento dos locais de captação de água para abastecimento da cidade. Com a maior intrusão da água salgada, eles passariam a ter água salobra em vez de doce. 

Esses dados foram apresentados no seminário Adaptação e Vulnerabilidade da Cidade do Rio de Janeiro à Elevação do Nível do Mar pelo Aquecimento Global, realizado em março de 2007 na Coppe. 

Apesar de todos os alertas, a informação e principalmente a gravidade da situação ainda é bastante ignorada nos municípios da Baixada o que faz com que a população desinformada fica a mercê da sorte sem saber do risco que está correndo.

Fonte: Observatório do Clima/O GLOBO
Editado por: Rogerio Gomes/BLOG DO LOTE XV

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