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Responsável por obras admite que falhas da empresa contribuíram para queda de passarela no Pilar em Caxias.


A passarela que desabou em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, vai ser reconstruída em dois meses. O presidente do departamento responsável pela obra admitiu que falhas da empresa e do grupo de fiscalização contribuíram para o acidente que deixou 11 feridos. Moradores falam que a tragédia era anunciada.

Entenda o caso:
Passarela desaba e deixa 11 feridos em Duque de Caxias, na Baixada
Uma passarela de madeira, instalada ao lado de uma ponte interditada, na Avenida Governador Leonel Brizola desabou na manhã desta segunda-feira (12/10) no bairro do Pilar em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Onze pessoas ficaram feridas.

No local acontecia um evento religioso, onde centenas ou milhares de pessoas acompanhavam a cerimonia que aconteceu numa área anexa a centenária e histórica Igreja do Pilar que fica as margens da via. A passarela improvisada que fica junto a ponte antiga, foi colocada provisoriamente no local, para facilitar a passagem de pessoas durante a obra de reconstrução da mesma e não foi projetada para receber um numero grande de pessoas circulando ao mesmo tempo, ou até parando na mesma para assistir o evento, o que pode ter provocado o desabamento da mesma.

O acidente que deixou 11 pessoas hospitalizadas nesta segunda (12) após a queda de uma ponte de madeira em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, poderia ter tido vítimas fatais se a ponte cedesse acima do rio que corta a região, segundo parentes de feridos no acidente. De acordo com testemunhas, além das 11 hospitalizadas, mais 12 pelo pessoas tiveram ferimentos leves e foram atendidas e liberadas no próprio local.
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Uma das vítimas que mais se feriu foi Eva da Silva Souza, de 72 anos, que teve uma fratura exposta e foi submetida à cirurgia nesta manhã. A filha dela, Solange Resende Souza, também ficou ferida, com suspeita de fratura no pulso. Ambos estavam no hospital estadual Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, próximo ao local onde o acidente aconteceu. "Minha mãe raspou a perna na altura do fêmur e o braço, há suspeita de fratura. Ela dá aula de artesanato, é muito envolvida com a igreja", explicou Carlos Alberto da Silva Souza, outro filho da idosa.

Uma das vítimas, que estava com o filho no colo e disse que conseguiu lançar o menino para uma parte com mato. “A gente vinha na paz, todo mundo, daí a pouco a ponte, do nada, deu dois estalos, aí nisso eu segurei na mão dele, porque ele estava com a minha irmã, e já joguei para longe da madeira. O que foi mais triste foi ver as pessoas idosas, muitas senhoras penduradas, quase de cabeça para baixo ali”, afirmou um morador da região.

Pelo menos 10 mil pessoas vão ao local todos os anos para a celebração religiosa, que acontece em uma missa campal.

DER disse que não foi comunicado
Em nota, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-RJ) diz que não foi comunicado de que haveria uma missa campal no local e do excedente no acesso de pessoas sobre a estrutura, que acabou não suportando o excesso de carga e cedeu. A Prefeitura de Caxias informa que foi comunicada sobre o evento e deslocou até lá equipes da defesa civil, da Guarda Municipal e ambulâncias para dar apoio ao evento.

Ponte improvisada há pelo menos dez anos
Testemunhas do acidente contam que o local era perigoso e que há pelo menos dez anos a ponte vinha sendo utilizada por pedestres. "Fizeram essa ponte provisória e está há mais de cinco anos essa travessia provisória e com o decorrer do tempo a madeira veio se deteriorando”, disse o morador Edmilson, ressaltando que outros acidentes já ocorreram no local.

A ponte foi construída por causa de uma obra de duplicação da Avenida Presidente Kennedy, atual Avenida Leonel Brizola, uma das principais do município, que foi iniciada em 2005. Uma ponte havia sido interditada e o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) fez essa passagem de pedestre de madeira às margens dessa mesma ponte.

As pessoas caíram de uma altura de três a cinco metros e tiveram cortes e até fraturas expostas. Segundo testemunhas, pelo menos 30 pessoas caíram no Rio do Pilar. Vinte e três pessoas teriam ficado feridas e, segundo a Prefeitura de Duque de Caxias, 11 foram encaminhadas para hospitais da região. Oito pessoas foram levadas para o Hospital Municipal Doutor Moacyr Rodrigues do Carmo, na Rodovia Washington Luiz, e três para o Hospital Estadual Adão Pereira Nunes.

Ele ainda não sabe se sua mãe, que saiu de São João de Meriti para ir à romaria, precisará fazer cirurgia. "Acho que aquela ponte não foi feita nem para isso. Tinha que ter feito uma passarela de fato para fazer esse volume de gente passar. Imagina se caíssem direto no rio?", questionou Carlos Alberto, referindo-se ao rio Pilar, à margem do qual os feridos caíram.

Derlande Coutinho, de 42 anos, caiu um pouco antes do ponto onde a ponte cedeu, e teve escoriações nos braços. "Eu estava atravessando e a ponte começou a ranger, quando de repente desabou. Se fosse direto no rio, seria fatal", disse Derlande Coutinho, de 42 anos, uma das feridas, que estava esperando pela tomografia de uma conhecida.

Segundo ela, idosos e crianças estão entre os feridos. O medo de um acidente no local não era recente. "As pessoas que moram estavam com medo de a ponte desabar em agosto, durante uma festa da igreja. Era muito peso, não tinha como passar todo mundo ali. Na próxima vez, passo pela pista", prometeu ela.
Fonte: R7/G1/JOVEN PAN
Editado por: Rogerio Gomes/Blog do Lote XV

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