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Greve por tempo indeterminado não está descartada, diz sindicato de policiais Polícia Civil vai parar hoje por 24 horas. Bombeiros e PMs iniciaram negociações salariais. Clima nas ruas é de incerteza

Polícia Civil prevê paralisação de 40% dos agentes que atuam somente nas investigações
de casosFoto: Severino Silva / Agência O Dia.
Nas delegacias de todo estado, policiais civis aderem hoje à paralisação nacional da categoria por 24 horas. A possibilidade de uma greve por tempo indeterminado será discutida às 19h, no Clube Municipal, na Tijuca. “Vamos discutir o assunto em assembleia. Uma greve não está descartada”, informou o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Rio (Sindpol), Francisco Chao. 

Uma paralisação por tempo indeterminado também é ventilada pelo presidente do Sindicato dos Funcionários da Polícia Civil do Rio (Sinpol), Fernando Bandeira. “Nossa assembleia será na próxima segunda-feira, mas estaremos todos juntos nesta quarta-feira (hoje)”, garante. 

Imagem ilustrativa da internet.
O governador Luiz Fernando Pezão disse ontem que tudo será analisado com calma. “Para dar mais reajustes tem que ter recursos. Se eu tiver espaço para dar mais aumento não deixarei de fazer”, garantiu. “Tenho até 30 de junho... 3 de julho pra analisar esses números. Não vou cometer nenhuma loucura dando um aumento que não possa pagar depois e perder todas as conquistas que tivemos.” 

A Polícia Civil informou que as medidas necessárias visando ao bom atendimento à população serão tomadas. De acordo com os dois sindicatos da categoria, os agentes vão atender a todas as ocorrências de violência, como roubos, estupros e homicídios, além de prisões em flagrante. 

A mobilização dos policiais civis pode ser seguida por outras categorias similares. Associações da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros elaboraram uma lista de reivindicações para as classes. No entanto, o diálogo ainda é tido como principal arma de estratégia. De acordo com o presidente da Associação de Praças da PM, Vanderlei Ribeiro, as classes reivindicam a atualização da lei de remuneração da Polícia Militar e dos Bombeiros, uma jornada de trabalho de, no máximo, 44 horas e a revisão do regulamento.

“Primeiro vamos finalizar este documento na quinta-feira (amanhã), com percentuais de reajuste, entregá-lo na outra semana ao presidente da Alerj, deputado Paulo Melo (PMDB)”, disse. “Agendaremos um encontro com o governador Luiz Fernando Pezão. Falar sobre paralisação ainda é especulação diante do diálogo”, disse.

Sindicato dos Delegados reitera apoio à reivindicação 
Hoje, às 10h, está previsto um protesto em frente à Chefia de Polícia. Às 14h, os policiais partem para o complexo de delegacias Cidade da Polícia, no Jacarezinho, onde irão discutir a situação. Depois seguem a pé para a Tijuca. 

A remuneração-base de um policial em início de carreira gira em torno de R$ 939,14. Com as gratificações por tempo de serviço, cargo e do programa Delegacia Legal, pode chegar a R$ 3.700. A categoria quer que este último benefício, de R$ 850, seja incorporado ao salário, entre outras reivindicações. 

O Sindicato dos Delegados de Polícia do Rio (Sindelpol) reiterou apoio integral ao pleito salarial dos agentes da Polícia Civil do estado. Segundo a nota, possíveis desgastes com os policiais são fruto do descumprimento de promessas feitas à classe.

Um clima de incertezas 
Mesmo diante da promessa de que pelo menos 30% do efetivo da Polícia Civil trabalhem normalmente, o anúncio da paralisação de hoje provocou preocupação em parte da população do Rio. Pelas ruas, a insegurança motivou suspeitas de cancelamento de aulas e paralisação de outros setores, como o comércio e até clínicas médicas. 

Em grupos nas redes sociais, pais debateram sobre a ida dos filhos a escolas particulares. Os rumores nas instituições levaram a um fluxo de alunos abaixo do normal. As secretarias de Educação do município e do estado garantiram que as aulas serão normais. 

“Isso contribui para um clima de insegurança nas ruas, para uma expectativa quanto à realização da Copa. Mas, para mim, no final, o governante vai prometer e dificilmente vai cumprir”, analisou o especialista em Segurança Pública, Paulo Storani.
Fonte: O Dia

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