Ticker

8/recent/ticker-posts

'Acho que sou um exemplo', diz 1ª negra a ser desembargadora do TJ-RJ. Juíza Ivone Caetano foi eleita, é a segunda mulher negra a ocupar cargo no país e já passou por Belford Roxo.

"Chegar ao ápice da carreira é maravilhoso para qualquer profissional. Da forma como eu cheguei foi muito difícil e muito duro mas, em qualquer situação, com autoestima, você consegue. Eu acho que eu sou um exemplo para aqueles que estão chegando, para eles verificarem que também podem", disse Ivone Ferreira Caetano, a primeira desembargadora negra do Tribunal de Justiça do Estado do Rio. A juíza foi eleita no início da tarde desta segunda-feira (26) e tomou posse no fim do dia. Ela é a segunda a ocupar o cargo no Brasil. A primeira desembargadora negra do país foi a juíza Luizlinda Valois Santos, nomeada na Bahia, em 2011.

Na cerimônia de posse, Ivone Caetano foi aplaudida com entusiasmo por uma plateia composta por magistrados, promotores, defensores públicos, familiares, amigos e diversas autoridades do estado que lotavam o plenário. Desde 2004, ela ocupava o cargo de juíza titular da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Comarca do Rio de Janeiro.

A desembargadora foi designada para atuar na 25ª Câmara Cível/Consumidor e irá decidir as causas dos consumidores, que exigem muito dos desembargadores.

Desde 2004 à frente a 1ª Vara da Infância, Ivone Caetano já atuou como juíza da infância em
 Belford Roxo e São João de Meriti. Considerada linha dura, já tomou decisões polêmicas. Foi a
 primeira magistrada a determinar a internação compulsória de menores usuários de crack que
 vivem nas ruas da cidade. E, em 2012, determinou a primeira internação compulsória de um
 adulto usuário de crack no Rio: uma mulher de 22 anos, grávida de oito meses.
Casada, com dois filhos e um neto, Ivone Caetano ingressou no Judiciário fluminense em 1993, como servidora, no cargo de comissária de justiça. No ano seguinte, passou no concurso para a magistratura, se destacando como defensora dos direitos das crianças e adolescentes, inicialmente em Belford Roxo, e depois na Vara da Infância e da Juventude de São João de Meriti, onde desenvolveu o Programa Justiça Terapêutica. Em dezembro de 2004, foi a primeira mulher a ocupar o cargo de titular da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Capital.

O cargo de desembargador já foi ocupado por dois magistrados negros. Em 1998, o TJ-RJ elegeu Gilberto Fernandes. Doze anos depois, o promotor de Justiça Paulo Rangel do Nascimento foi o segundo negro a ocupar o cargo.

A Presidente da Comissão de Assuntos da Criança, do Adolescente e do
Idoso da Alerj, deputada estadual Claise Maria Zito (PSD), prestou homenagem
em 2012 a juíza Ivone Ferreira Caetano, Titular da 1ª Vara da Infância,
Juventude e Idoso do Rio de Janeiro, que recebeu das mãos da parlamentar
a Medalha Tiradentes, maior comenda oferecida pelo Poder Legislativo estadual.


Carreira
Ivone Caetano ingressou na magistratura fluminense em 1994. Ela foi ainda a primeira mulher titular do 1º Juizado da Infância e Juventude da capital, atual Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, onde atua há 10 anos.

Como juíza titular da 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso do Rio de Janeiro, Ivone Ferreira Caetano também atuou em vários casos de repercussão. Em uma decisão de maio de 2007, a magistrada concedeu permissão a um casal de lésbicas para integrar o Cadastro Nacional de Adoção (CNA) de crianças.

Em maio do ano passado, por determinação da juíza, comissários da 1ª Vara da Infância e da Juventude fizeram uma inspeção no Central de Recepção de Crianças e Adolescentes Taiguara, no Centro do Rio, onde menores relataram maus tratos, inclusive choques elétricos, dentro da unidade municipal.
Fonte: G1

Postar um comentário

0 Comentários