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Espetáculo sobre Chiquinha Gonzaga chega em Duque de Caxias

Espetáculo sobre Chiquinha Gonzada chega em Duque de Caxias. Leonardo Harim/Divulgação

Apresentação acontece neste sábado, no Sesc Caxias


DUQUE DE CAXIAS - Inspirado na trajetória de uma das figuras mais emblemáticas da música brasileira, o recital cênico “Chiquinha Gonzaga: eu quero passar”, circulará a partir do dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, e fica em cartaz até o mês de junho, em diversos espaços do Sesc RJ. Neste sábado, 08, a peça estreia no Sesc Caxias.

A montagem é um recorte abolicionista, feminista e artistico da vida dessa mulher, que celebra a trajetória revolucionária da musicista que lançou a primeira marchinha de Carnaval no Brasil.

Com interpretação de Raquel Paixão, direção cênica de Elisa Lucinda e direção musical de Maria Teresa Madeira, a obra apresenta um repertório exclusivamente composto por Chiquinha Gonzaga, em um diálogo sensível entre música e teatro. Raquel Paixão interpreta a personagem, revelando curiosidades e momentos decisivos da sua caminhada feminista e abolicionista.

Ao longo do recital, o público é convidado a revisitar a história de Chiquinha, não apenas como uma artista de vanguarda, mas também como uma mulher negra em um Brasil marcado por desafios sociais e raciais. A pianista compartilha suas próprias vivências como mulher e artista negra, refletindo sobre a importância de dar visibilidade a essas narrativas no contexto da música clássica.

“A música de Chiquinha Gonzaga sempre esteve presente em minha vida. Tenho formação em música clássica, com bacharelado, mestrado e especialização em piano. Nesse ambiente, sempre tive na memória músicas como Corta-Jaca, Plangente, Lua Branca, além da marchinha de carnaval Ô Abre Alas, que faz parte do nosso universo cultural”, compartilha Raquel Paixão.

A diretora cênica e multiartista, Elisa Lucinda, reforça que o objetivo do recital cênico é o de promover o acesso à obra e biografia da compositora, explorando seu repertório musical e o conectando às diferentes fases de sua vida. Além disso, também investiga o contexto social carioca em que a compositora esteve inserida, através de análise das obras de teatro e música onde a maestra esteve presente como autora e colaboradora.

“O Brasil não tem produzido no seu imaginário a imagem da Chiquinha Gonzaga negra e o recorte que ela foi uma feminista, uma revolucionária, uma mulher filha de uma mulher negra, teve que casar escondida com seu pai porque ele era burguês e ela negra. Essas questões que nunca foram problematizadas nas produções que ela não foi representada como negra”, pontua Elisa.

“Todas as mulheres são herdeiras dos caminhos que a Chiquinha Gonzaga abriu, por isso, vamos fazer um recital cênico que vai realizar o papel que eu gosto que a arte faça: divirta, reflita e ensine arte e educação”, completa a diretora.

Maria Teresa Madeira, diretora musical, elogia Raquel Paixão, expressando o trabalho de excelência exercido pela pianista, pesquisadora e como professora, difundindo a música brasileira.
“Esse projeto traz a figura de Francisca Edwiges Neves de Gonzaga, mais uma vez, como protagonista. Essa maestra, compositora, pianista, arranjadora e uma pessoa muito influente na nossa vida musical brasileira, que trouxe à tona problemas sociais, que até hoje nos são muito caros”, afirma.

“Então, muitos vivas a esse trabalho incrível, que eu tenho muita alegria de poder colaborar e que tenho certeza que vai trazer uma luz mais brilhante ainda sobre a vida dessa figura tão impressionante e tão marcante que é nossa Chiquinha Gonzaga”, conclui a diretora musical.

Raquel Paixão revela ainda que sempre soube que Chiquinha Gonzaga foi a primeira musicista profissional do Brasil, em um tempo em que o estudo do piano para mulheres limitava-se às habilidades domésticas, voltadas para a recreação familiar. No entanto, que Chiquinha Gonzaga, assim como ela, tinha uma mãe negra, foi uma descoberta tardia.

“Como pianista negra, sempre me senti isolada no universo da música clássica, pois havia poucas mulheres negras nas quais eu pudesse me espelhar. Quando descobri a negritude de Chiquinha Gonzaga, isso despertou em mim um forte sentimento de pertencimento. Meu desejo é que, com este espetáculo, eu consiga inspirar novas gerações de pianistas, utilizando a música e a figura de Chiquinha como referência”, celebra a artista.

Ficha Técnica:


Idealização e interpretação: Raquel Paixão @_raquelpaixao

Direção cênica: Elisa Lucinda @elisalucinda

Direção musical: Maria Teresa Madeira @ mtmadeira.piano

Direção de produção: Rafael Lydio @rafaellydio

Iluminação: Maurício Fuziyama @fuziyamauricio e Rommel Equer @rommelequer

Som: Yuri Eiras @yurieiras

Coordenação de comunicação: Incerta

Projeto gráfico, fotografia e mídias sociais: Daniel Barboza @danielbarbozarj

Assistência de mídias sociais: Diogo Nunes @odiogonunes

Assessoria de imprensa: Alessandra Costa @aleassessoria

Coordenação administrativa e financeira: Carolina Villas Boas @ carolinavillasboas | Clareira Cultural

Produção executiva: Ana Inacio @atena_zede

Figurino: Angela Brito @angelabritobrand | roupas e A-Aurora @aaurora | Sapatos

Estúdio: À La Bangu @alabangu_estudio

Espetáculo Chiquinha Gonzaga: eu quero passar

Classificação livre


8 de março. às 15 horas

Teatro Sesc Duque de Caxias - Rua General Argolo, 47 - Centro, Duque de Caxias

Entrada gratuita. Ingressos disponíveis na bilheteria da unidade a partir das 13h no dia do espetáculo

Fonte: ODia

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