Entregador baleado em ação da PM em Duque de Caxias passa por cirurgia para amputar o braço
DUQUE DE CAXIAS - Cauã Alves da Cruz, de 19 anos, foi ferido quando passava pela Comunidade do Rasta. Ele está internado em estado gravíssimo. Família denuncia que ainda não foi feita perícia no local do crime. O caso está sendo investigado pela 60ª DP (Campos Elíseos).
A família do entregador de farmácia, de 19 anos, que foi baleado enquanto trabalhava, na noite de terça-feira (21), em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, afirma que ele precisou amputar o braço direito, que foi atingido por um tiro de fuzil. A cirurgia aconteceu nesta sexta-feira (24).
Cauã Francisco Alves da Cruz segue internado no CTI e está em estado gravíssimo no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, também em Caxias.
Enquanto isso, os pais e amigos se mobilizam para doar sangue para o jovem. Nesta manhã, um ônibus levará os doadores até o Hospital Moacyr do Carmo para fazer a coleta.
A família de Cauã reclama da falta da perícia da Polícia Civil para saber de onde partiu o tiro que o atingiu. Testemunhas disseram à família que o disparo foi dado pela Polícia Militar.
Manifestantes chegaram a paralisar as pistas lateral e principal, sentido Juiz de Fora - MG, causando 2 km de retenção no início da tarde de sexta. Eles se manifestavam contra o incidente. Por volta de 14h50, ambas as pistas foram liberadas.
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Cauã Francisco tem 19 anos e é entregador de farmácia — Foto: Arquivo pessoal |
"Ele vai [ter que] amputar o braço. Meu filho perfeito, perfeito. Os caras tiraram o prazer do meu filho viver. Eles estão tentando de tudo para o meu filho sobreviver. O médico disse que vão amputar o braço do meu filho para ele tentar viver. Meu único filho homem. Isso não pode ficar impune", disse Amilton Oliveira da Cruz, pai de Cauã.
"Ele não pode ser mais um que foi baleado e vai morrer. Pelo amor de Deus. Várias pessoas vão em um ônibus para doar sangue para o meu filho".
Cauã seguia de moto para uma entrega em uma rua do bairro Cangulo. Quando passava pela Comunidade do Rasta, no mesmo bairro, foi alvejado.
Testemunhas contaram que os PMs chegaram na favela atirando. Ainda segundo os relatos, os militares tentaram colocar uma arma na mão de Cauã, mas desistiram ao perceber a presença de moradores.
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Cauã Francisco foi socorrido para o Hospital Adão Pereira Nunes e passou por cirurgia — Foto: Reprodução/TV Globo |
Após ser baleado, o entregador foi socorrido por policiais militares, que o levaram até o Hospital Adão Pereira Nunes, onde passou por uma cirurgia.
Ele foi entubado e, após a cirurgia, foi levado em estado gravíssimo para o Centro de Terapia Intensivo (CTI) da unidade.
Sem perícia, diz pai
Amilton reclamou a demora da Polícia Civil em fazer uma perícia no local do incidente. O caso é investigado pela 60ª DP (Campos Elíseos).
"Eles não fizeram a perícia da bala que entrou no meu filho. Vou à 60ª DP para cobrar a perícia no hospital e onde ele foi baleado. Eles não fizeram perícia nenhuma", contou Amilton.
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Cauã e o pai, Amilton Oliveira da Cruz — Foto: Arquivo pessoal |
A Polícia Militar disse que agentes do 15º BPM (Duque de Caxias) foram verificar a denúncia de que uma mulher seria executada por criminosos na Comunidade do Rasta.
De acordo com os agentes, eles foram atacados a tiros por criminosos na Rua Tebas e houve confronto. Ainda segundo a PM, após a troca de tiros, os policiais encontraram um homem ferido no ombro esquerdo.
As armas dos PMs foram apreendidas para perícia. A Polícia Civil afirma que a investigação está em andamento na 60ª DP (Campos Elíseos) e que os agentes realizam diligências para esclarecer todos os fatos.
Fonte: G1
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