Grupos de ciclistas organizam longos passeios de bicicleta que vão além da Baixada. Daniel Castelo Branco / Agência O Dia |
BAIXADA - Roupa especial, capacete, sapatilha, luvas e, o principal, a bike calibrada para percorrer quilômetros a fora. Esta é a rotina dos ciclistas da Baixada. E se engana quem pensa que eles são poucos. Na região existem sete grupos, totalizando cerca de 500 ciclistas.
Alfa 1 , em Belford Roxo, Vila Bike, Amigos do Pedal e Laranja Mecânica, em Nova Iguaçu, Street Fox e Mamutes, em São João de Meriti, e Bonde da Dutra, em Queimados. Além de pedalar, para participar de um desses grupos só tem uma exigência: gostar de aventura. E eles não fazem corpo mole.
Angra dos Reis, Penedo, Búzios, Petrópolis, Juiz de Fora e Aparecida do Norte já passaram pelas pedaladas dos ciclistas da Baixada. Histórias dessas aventuras é o que não falta. Em um dos roteiros o grupo saiu às 18h da Baixada rumo à Aparecida, mas teve uma situação inusitada e um recorde. Enquanto todo o grupo chegou ao destino por volta de 12h, Alexandro Azevedo, 45, da equipe Alfa 1 chegou às 9h.
O bom desempenho rendeu um apelido dado pelos colegas, Alien. “Foi uma brincadeira com o meu nome e porque ficaram falando que eu devia ser de outro mundo, a única explicação para eu ter chegado tão rápido”, explica Alexandro, que entrou para o grupo há apenas 4 meses, convidado por um companheiro de equipe, Weslei Oliveira, 23, um dos donos de uma loja de peças para bicicleta.
É assim que Weslei recruta membros para o Alfa 1. “Meu pai tem a loja há anos. Trabalho com ele desde sempre e lá aproveito para trazer os clientes para a equipe. A bicicleta sempre esteve na minha vida”.
Danilo Diver, de São João de Meriti, se divide entre a bike e a dedetização. “A gente adequa os horários do trabalho e de andar de bicicleta. O importante é pedalar”, diz o membro da Street Fox.
Felipe Gondim e Alexandro Azevedo: dificuldade no trânsito, em Nova Iguaçu. Daniel Castelo Branco / Agência O Dia |
Os ciclistas se reúnem quatro vezes por semana, no Aeoroclube de Nova Iguaçu, no encontro Tinguá Night Bike (passeio na Estrada de Tinguá), encontro do Vulcão e no Nova Iguaçu Night Bike, encontro que estreou esta semana e será realizado às quartas, 21h, com saída da Praça dos Direitos Humanos, em Nova Iguaçu, e percorrerá a Via Light. “Vivemos isso intensamente, é uma paixão”, afirma Felipe Gondim.
Falta ciclovia
O ciclista, na Baixada, enfrenta rua esburacada, sem ciclovia e falta de respeito no trânsito. “Falta segurança e infra-estrutura. Nossa luta é para que haja mais ciclovias e iluminação nas ruas. Muita coisa mudou, mas está longe de ser o ideal”, afirma Felipe Gondim, da Comissão de Segurança dos Ciclistas da Baixada.
Em Mesquita, a Prefeitura disse que estuda um projeto interligando os bairros ao Centro da cidade e às três estações de trem. Nova Iguaçu possui ciclovias em algumas regiões chamadas de eixos. Em São João de Meriti a ciclovia será ampliada, interligando os bairros Tomazinho, Engenheiro Belford e S. Mateus. Já Caxias tem 6,7 Km de ciclovia e está executando projetos para construção de mais 79,09 Km.
Fonte: ALINE CAVALCANTE/EXTRA
0 Comentários