Seu Jorge apresenta seu novo CD Músicas para churrasco, Vol. 2. Foto: Marcos Ribas/Photo Rio News/ Extra |
Os cabelos estão raspados. O cavanhaque desapareceu. Mas a voz, o estilo e a fala sem firulas ou tendência a ser politicamente correto continuam os mesmos. Seu Jorge está no Brasil para lançar “Músicas para churrasco Vol. 2” e conversou com a coluna num bar de sua propriedade, em São Paulo, sobre o novo trabalho, a família, os investimentos, carrões, vida na favela e sua rotina em Los Angeles, onde vive.
É na cidade californiana que ele mora há três anos com a mulher, Mariana Jorge, e as filhas Luz Bella e Flor de Maria. Já Maria Aimée, outra filha do cantor e ator mora com a mãe, em São Francisco. “Precisava morar fora do Brasil para cuidar da minha família. Lá, a gente consegue levar uma vida normal. Além de ter uma boa educação para as meninas”, justifica ele, que não vê contradição em seu exílio voluntário: “Não sou criticado por isso. Pelo contrário. Onde nasci vão dizer que o negão chegou lá!”.
Seu Jorge: “O negão chegou lá”. Foto: divulgação |
Quando está nos EUA, Seu Jorge não se dá ao trabalho de ver o noticiário sobre o seu país. “Quando estou fora, procuro não saber nada do Brasil. O difícil é ficar longe da minha família. Agora, já são três meses. As meninas estão crescendo rápido e sofro por não estar perto delas. O trabalho aqui estava invadindo a minha casa. Fui por causa da família, para ter paz”, explica.
Nem só de música vive Seu Jorge hoje em dia. Além de suas esporádicas incursões pelo cinema, o artista diversifica seus negócios. Atualmente, além de uma cervejaria, decidiu investir no ramo esportivo. Ele empresaria — e patrocina — um jogador da base do Botafogo. Zyan tem do cantor o pagamento dos estudos e a certeza de um futuro. “Ele é muito bom, vi nele um talento e decidi empresariar”, conta Seu Jorge.
Seu Jorge diz que nunca foi convidado para tocar em comunidade pacificada: “Se fosse, eu iria”. Foto: divulgação |
Talvez por ele próprio se lembrar da vida dura que levou morando numa favela em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. E em comunidade ele nunca mais voltou. Pode parecer esnobe, mas Seu Jorge tem lá suas razões para não tocar num lugar que o lembra de suas próprias origens. “Não toco em favela. Custei muito a sair de lá. De levar porrada de policial, de viver num lugar com esgoto a céu aberto. As pessoas podem ser felizes lá por causa das relações que criam, da família. Mas não é bom morar em favela. Não toco porque não quero dar tapinha nas costas de traficante e miliciano. Trabalhei muito pra chegar onde estou e não quero ver aquilo de novo”, avalia.
No entanto, Seu Jorge diz que levaria seu suingue e molejo para uma comunidade com UPP. “Tocaria numa comunidade pacificada, mas nunca fui convidado“, diz.
Seu Jorge de visual novo. |
A forma direta e quase seca com que fala sobre o país e suas mazelas podem sugerir um cara que virou as costas e se deslumbrou. Ele nega: “Acho que vivo meu melhor momento. Mas sou artista e inacessível só no palco. Fora dele, tiro foto, converso, sem deslumbramento. Foi difícil chegar onde cheguei e agradeço pelo que estou vivendo hoje”.
O bolso realmente vai bem, obrigado. E os investimentos em negócios não param. Mas em mimos para ele próprio também não. “Continuo tendo paixão por carros. Tenho um Porsche, e costumo viajar de São Paulo para o Rio com ele. Meu sonho agora é ter um McLaren”. O modelo mais caro lançado pela marca no Salão de Genebra, no começo de março, custa cerca de R$ 1 milhão.
Fonte: EXTRA
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