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Aulas de reforço são o segredo do sucesso da Escola Santos Dumont
Foto: Daniel Castelo Branco / Agência O Dia
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Cidades cumprem meta do Ideb no quinto ano. Avaliação cai no nono.
Escola de Caxias consegue maior nota. Paracambi se destaca.
Os alunos da Escola Municipal Alberto Santos Dumont, em Saracuruna, Duque de Caxias, que cursam o quinto ano, fizeram direitinho o dever de casa. A unidade teve 6.4 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), a maior nota da Baixada. A Escola Municipal Alan Kardec, de Paracambi, que, com 6.3., ficou em segundo. A terceira colocada foi a Escola Municipal Magid Repani, em Magé, com 6.1. As provas foram realizadas ano passado.
A região, no entanto, não foi tão bem assim. Das 13 cidades, apenas sete atingiram a meta estipulada para 2013 pelo Ministério da Educação (MEC) no primeiro segmento do Ensino Fundamental. Na avaliação do nono ano, o desempenho é ainda pior: nenhum município conseguiu a nota estipulada e 10 pioraram em comparação a 2011.
Das 528 escolas avaliadas nos anos iniciais, apenas 163 passaram no teste. Das 188 que fizeram a prova do nono ano, somente 40 se saíram bem. Destaque para Paracambi, que ficou em primeiro lugar na avaliação do quinto ano e em segundo no nono.
Em Caxias, a Alberto Santos Dumont tem a receita para o sucesso: aulas de reforço com simulados para os 214 alunos. De olho no futuro, a unidade passou a oferecer desde o início do ano a Educação Infantil. “Vai se refletir em resultados positivos lá na frente, pois facilita o processo de alfabetização”, revela a diretora Margareth da Silva.
O município atingiu a meta de 4.4 no quinto ano, ficando em sexto na região, e por 0.1 não conseguiu a do nono ano, o que o colocou na sétima posição. “Estamos construindo o Centro de Pesquisa e Formação Continuada Paulo Freire, que vai qualificar nossos professores. Cerca de 500 profissionais fazem mestrado ou doutorado. A ideia é ultrapassar de forma significativa as metas em 2015”, afirma o secretário de Educação, Marcos Villaça.
O porteiro Francisco de Oliveira Pereira, 34, morador de Saracuruna, diz que acertou na escolha da escola para sua filha Ana Julia Chaves, 7 , que cursa o segundo ano. “Não tenho reclamação a fazer. Os professores são ótimos, e a escola é organizada. Minha filha já aprendeu a ler e escrever. Sonho que no futuro ela se torne uma grande médica”, conta Pereira.
EM PARACAMBI TODAS TIRARAM NOTAS BOAS
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Das 8 unidades do 5º que fizeram teste em Paracambi, todas passaram Foto: Divulgação |
Paracambi foi o município mais bem avaliado nas provas dos anos iniciais, com 5.6. Das oito unidades que fizeram o exame, todas atingiram a meta do MEC. No nono ano, ficou apenas atrás de Guapimirim. Já nesse segmento, das seis unidades, apenas duas foram aprovadas.
A Escola Municipal Alan Kardec conseguiu a nota 6.3, vice-campeã da região. “Acredito que o trabalho desenvolvido de leitura e o tempo integral é o que nos ajudou nos índices. Mas, sem dúvida, sem o esforço da equipe e dos alunos não teríamos conseguido”, ressalta a secretária de Educação e Esporte, Janice Provençano.
GUAPIMIRIM SE DÁ BEM NA AVALIAÇÃO DO QUINTO ANO
Guapimirim também se destacou na turmas de quinto ano, com a segunda posição e nota 4.8. Das 15 escolas que fizeram o exame, 14 foram aprovadas. Embora lidere o ranking na região nos anos finais, com 3.7 não alcançou a meta do MEC, de 4.1. A secretária de Educação, Maria Cecília, ressalta que a classificação se deve, principalmente, ao reforço escolar, que reduziu praticamente a zero o número de notas baixas, à formação continuada de professores e ao comprometimento da equipe. “Sem falar na adesão ao Sistema de Avaliação da Educação do Estado do Rio de Janeiro (Saerj) e ao Sistema de Avaliação Bimestral do Processo de Ensino e Aprendizagem (Saerjinho) nas escolas”, diz.
Belford Roxo ficou em último tanto nas provas do quinto ano quanto nas do novo. A Prefeitura alega que o resultado foi o reflexo de um erro de planejamento da antiga gestão e que, ao longo de 2013, precisou corrigir e ajustar o setor educacional.
Em nota, a prefeitura disse ainda que tem investido em cursos de capacitação para os profissionais da área e que vai lançar em breve o Projeto Educar para Transformar, que prevê um pacote de medidas para elevar o índice do Ideb em Belford Roxo.
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Escola Pera Flor , de Nova Iguaçu, ficou em primeiro no 9º anoFoto: Daniel Castelo Branco / Agência O Dia |
Já Nova Iguaçu, apesar da nota de 5.1 tirada pela turma de nono ano da Escola Municipal Pela Flor — a mais alta entre as escolas da Baixada — caiu 0,1 em relação a 2011. Tirou 3.4 e ficou longe da meta no segmento, que era de 4.3, ocupando a quinta colocação no ranking da região.
Nas turmas de quinto ano, as notas caíram 0,2 em comparação a 2011. Com 3.9, o município ficou em penúltimo. A meta estipulada era de 4.7.
ESCOLA PERA FLOR QUASE LÁ
A Escola Municipal Pela Flor, de Nova Iguaçu, foi a mais bem avaliada da Baixada, com nota de 5.1, no nono ano, 0.5 a mais do que em 2011. Mesmo assim, a unidade, que tem 900 alunos, da Educação Infantil ao nono ano, chegou perto, mas não alcançou a meta do MEC de 5.3.
O diretor, Alan Calisto Lelis, afirma que o horário integral e as atividades complementares de reforço, informática e pesquisa foram fundamentais para a melhora das notas. “Por termos tido nota alta nas avaliações anteriores, nossa meta sempre é maior que a média nacional. Acreditamos que em 2015 vamos chegar lá”, disse Lelis.
A dona de casa Vânia Correia Santana, 41, mãe das alunas Graziele, do primeiro ano, e Priscila, do terceiro, ficou feliz com o resultado. “Não sabia que a escola das minhas filhas era das melhores da Baixada. Mas não é surpresa. O ensino aqui é puxado, os professores são exigentes e tudo é organizado”.
Segundo a secretária de Educação, Maria Aparecida Marcondes Rosestolato, a carência de profissionais foi determinante para a queda de rendimento de Nova Iguaçu. “Nossa principal medida foi a convocação de mais 500 professores concursados para os dois segmentos”, conta.
Aparecida revela que a estratégia educacional para melhorar o desempenho em 2015 será o horário integral, com reforço nas áreas de língua portuguesa e matemática, além de oficinas de informática, incentivo à leitura e atividades culturais. “E claro continuar investindo na formação dos profissionais, incentivando o uso de tecnologia para que o aluno compreenda os conteúdos por meios que não sejam só os livros”, afirma a secretária.
Fonte: FELIPE CARVALHO/O DIA
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